O portal de notícias americano Axios anunciou nesta terça-feira (6) que vai demitir cerca de 50 funcionários, que representam aproximadamente 10% da empresa.
Em nota, o CEO do veículo, Jim VandeHei, atribuiu os cortes a "mudanças nos negócios de mídia" e disse que o Axios precisava direcionar o investimento para suas áreas principais de negócios.
"Este é o momento mais difícil para a mídia em nossa vida," escreveu VandeHei no email, que foi obtido pelo The New York Times.
Ele disse que a empresa continuaria a contratar em "áreas-chave", mas estava enfrentando uma fragmentação da atenção dos leitores, novos concorrentes indo atrás de seus negócios e seus talentos e modelos de inteligência artificial capazes de resumir notícias.
As posições cortadas estão distribuídas entre os 500 funcionários da empresa, incluindo na redação, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto. É a primeira vez que a empresa realiza demissões em massa.
O Axios foi fundado em 2017 por VandeHei e seus parceiros de negócios Mike Allen e Roy Schwartz, todos ex-funcionários do Politico, site americano de notícias políticas. O portal rapidamente se destacou com seu formato de "pontos-chave", dividindo as notícias em tópicos concisos.
Em 2022, a o Axios foi vendido à Cox Enterprises em um acordo que avaliou o veículo de mídia em US$ 525 milhões. Os três fundadores continuam a administrar a empresa.
VandeHei disse no email aos funcionários que, daqui para frente, o Axios aumentaria seu foco na cobertura de notícias dos Estados Unidos e expandiria mais rapidamente seus boletins informativos específicos para cidades em novas localidades. Ele também disse que a empresa continuaria a desenvolver seu produto de assinatura paga, Axios Pro, que é voltado para profissionais de negócios.
Folha Mercado
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A Axios também continua explorando potenciais aquisições.
VandeHei disse ao Times no início deste ano que o crescimento da IA (inteligência artificial) influenciou seu pensamento sobre como posicionar a empresa, desenvolvendo a tese de que os únicos veículos que sobreviveriam à tecnologia seriam aqueles que tivessem expertise jornalística, conteúdo confiável e conexão humana presencial.
VandeHei disse, na época, que a Axios aumentaria o número de eventos ao vivo que realiza e construiria assinaturas pagas em torno de alguns de seus principais jornalistas.