As pistas de taxiamento e os espaços de manobras dos aeroportos têm linhas desenhadas no solo que servem para orientar a movimentação das aeronaves. Elas são planejadas para que os pilotos possam se deslocar em segurança sem colocar a operação em risco. Quem afirma é o piloto Saulo Alves Utempergher, integrante do grupo Proa Certa, um coletivo de profissionais da aviação que ajuda pilotos a se recolocarem no mercado.
Aeroportos também possuem cartas que orientam por onde os aviões irão taxiar. Nelas, está descrito qual a envergadura [distância de ponta a ponta da asa] máxima que um avião pode trafegar sem correr o risco de bater em algum obstáculo, como um poste ou outro avião. Os pilotos precisam analisar essa documentação antes de se deslocarem no aeroporto.
Saulo Alves Utempergher
Um caso extremo, cita o piloto, é o dos aviões Airbus A380 e Boeing 747, dois dos maiores modelos em operação no mundo hoje em dia. Devido ao seu tamanho, eles devem seguir rotas de taxiamento pré-determinadas, e não podem se movimentar por qualquer pista sem autorização.
Outra possível causa para um incidente do tipo ocorre é o fato de os pilotos estarem concentrados em outras atividades comuns da cabine no momento da movimentação. Após o pouso, é preciso realizar diversas tarefas enquanto se está taxiando e, ao se abaixar a cabeça ou focar em outro local, é possível que esse tipo de ocorrência aconteça, explica Utempergher.
O piloto afirma que isso é raro, já que os tripulantes seguem a linha central indicada para a movimentação. Entretanto, pode acontecer de que algum equipamento, como uma escada, seja posicionada em uma dessas áreas de segurança por algum equívoco, podendo vir a causar a colisão.
Outra hipótese seria uma possível falta de coordenação entre os diversos atores envolvidos na operação aeroportuária. Uma aeronave pode ter tido sua movimentação autorizada enquanto outra estaria se movendo equivocadamente, fazendo com que ambas entrassem em rota de contato.