Até 44 km/l? Como teste do Inmetro 'mente' sobre autonomia de carro híbrido

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Um exemplo claro dessa discrepância pode ser visto no Mini Countryman Híbrido Plug-In. Quando analisamos os números, o consumo a combustão é de 10,1 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada. Já no modo puramente elétrico, o consumo equivalente impressiona, alcançando 23,4 km/l na cidade e 27,9 km/l na estrada, com um consumo de energia de 0,80 MJ/km. No entanto, esses números não refletem a realidade do uso combinado dos motores.

Outro caso é o do BYD King Híbrido Plug-In, que apresenta um consumo a combustão de 16,8 km/l na cidade e 14,7 km/l na estrada. No modo puramente elétrico, o consumo equivalente é ainda mais alto, chegando a 44,2 km/l na cidade e 36,7 km/l na estrada, com um consumo de energia de 0,50 MJ/km. Mais uma vez, a combinação dos dois motores no uso diário dificilmente atingirá esses valores tão otimistas.

Por que o consumo dos motores elétricos é medido em km/l?

Historicamente, a etiqueta do Inmetro precisava oferecer uma base de comparação entre diferentes tipos de combustíveis, como gasolina, diesel e etanol. Para isso, foi utilizada a unidade de energia Joule, que permite a medição de quanto de energia é gasto para percorrer um quilômetro. Essa métrica foi então convertida para km/l, facilitando a comparação entre veículos de diferentes tecnologias.

No caso dos veículos elétricos, o mesmo princípio foi aplicado. A unidade elétrica é convertida para megajoule (MJ) e, a partir disso, se obtém uma equivalência em km/l. Isso permitiu que os consumidores comparassem a eficiência dos veículos elétricos com os tradicionais. No entanto, com a evolução do mercado e a maior compreensão pública sobre os veículos elétricos, essa forma de medição está se tornando cada vez menos relevante.

Victor Simão, coordenador do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), explica a complexidade por trás da medição dos híbridos plug-in.

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