Argentina trabalha com bancos para expandir empréstimos em dólares

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O governo da Argentina está pressionando os bancos a expandir os empréstimos em dólares para mais setores, disse o ministro da Economia, Luis Caputo, em um evento fechado na Bolsa de Valores de Buenos Aires.

Caputo deseja que os empréstimos para empresas e hipotecas sejam oferecidos na moeda americana, afirmou nesta quarta-feira (18) ao lado do diretor do banco central argentino Federico Furiase, de acordo com duas fontes com conhecimento direto que pediram para não serem identificadas ao discutir comentários privados.

A iniciativa visa capitalizar o aumento dos fluxos de dólares decorrentes do recente programa de anistia fiscal do governo. Nos últimos cinco meses, os argentinos depositaram mais de US$ 20 bilhões em bancos locais. As regulamentações atuais permitem apenas que dólares sejam emprestados a empresas que geram receita em moeda estrangeira.

Caputo assegurou aos participantes do evento na bolsa que os dólares seriam abundantes na Argentina à medida que os setores de energia e mineração se desenvolvem sob as reformas de mercado livre do presidente Javier Milei, disseram as fontes.

Milei, que fez campanha pela dolarização da economia, mas adotou uma abordagem amplamente não intervencionista desde que assumiu o cargo, sinalizou na semana passada que o uso da moeda americana aumentaria, inclusive em transações do dia a dia.

“A partir de agora, todo argentino poderá comprar, vender e receber pagamentos em dólares, ou na moeda que preferir, exceto para o pagamento de impostos”, disse o presidente em um discurso televisionado no dia 10 de dezembro.

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O libertário, que também prometeu fechar o banco central da Argentina, basicamente deixou que os argentinos dolarizassem por conta própria. A estratégia, chamada de dolarização endógena, depende da restrição da oferta de pesos, de modo que os argentinos precisem usar suas reservas em dólares para pagar despesas diárias.

Caputo também mencionou discussões em andamento com a indústria imobiliária para estabelecer programas de hipoteca denominados em dólares, utilizados em suas declarações na quarta-feira, de acordo com as fontes. Furiase disse que o objetivo do governo é apoiar o crescente uso do dólar enquanto mantém a estabilidade no sistema financeiro, acrescentaram as fontes.

O ministro havia afirmado anteriormente que o governo está focado em remonetizar a economia, tanto em pesos quanto em dólares. “Queremos que as pessoas usem seus dólares porque isso reativa a economia, gera mais renda e nos permite reduzir impostos”, disse Caputo em setembro.

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