A estimativa mais comum do mercado financeiro é a que aparece no Relatório Focus, no Banco Central. Essa projeção é obtida a partir de uma pesquisa semanal que o BC faz com analistas de instituições financeiras. A última edição, publicada na segunda passada (5) antes do pânico global, colocava uma estimativa de R$ 5,30 para o dólar no final deste ano — 125 analistas foram ouvidos. Há um mês, tal projeção era menor, de R$ 5,20. Para o final de 2025, a atual projeção é de R$ 5,30; para 2026, R$ 5,25, mesmo valor estimado para o final de 2027.
Projeção de R$ 5,50. Os economistas do C6 Bank acreditam que o dólar deve terminar o ano valendo R$5,50, valor muito próximo do fechamento desta sexta-feira. "Hoje a gente projeta um câmbio no final do ano a R$ 5,50 e no final do ano que vem a R$5,80. A gente sabe que câmbio, principalmente no curto prazo, é difícil de projetar, pode ter oscilações para cá e para lá, mas estamos confortáveis com esse número de R$ 5,50 para o final do ano", diz Cláudia Moreno, economista do C6 Bank.
"Não acho loucura ir para R$ 6". Bernardo Brites, CEO da Trace Finance, Fintech de Câmbio acredita que, ainda esse ano, a moeda pode ter uma taxa de câmbio ainda maior do que foi registrado na manhã desta segunda-feira. Ele diz que a política interna de aumento da arrecadação proposta pelo governo federal alinhado à queda na economia americana podem causar esse aumento.
Desvalorização do real pode interferir na Selic. Uma das maiores instituições financeiras do Brasil, o Itaú BBA emitiu um comunicado sobre suas perspectivas para a economia brasileira, com foco na taxa de juros e na cotação do real. O banco alerta que se a cotação do real não se fortalecer pode ser necessário um novo ciclo de alta dos juros, com a Selic começando a subir a partir de setembro.
Fazer esse tipo de previsão, contudo, não é fácil. O economista da Western Union, explica que ainda não é possível afirmar que a economia americana passará por uma recessão. O impacto desse fenômeno ou talvez até de um crescimento econômico dos EUA no dólar no Brasil não é linear e depende de vários outros fatores.
Muitas pessoas questionam se o dólar deve chegar a R$ 6. Eu acho difícil, por conta de fatores externos. Se por acaso isso acontecer, será mais por conta de fatores internos aqui, como a questão do medo de um cenário fiscal ruim.
Marcos Weigt, Head da tesouraria do Travelex Bank