No dia em que o golpe militar de 1964 completa 61 anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo público pela defesa da democracia, alertando para “ameaças autoritárias que ainda insistem em sobreviver”.
A declaração foi publicada nas redes sociais nesta segunda-feira (31) e faz referência indireta à tentativa de golpe de Estado em 2022, que levou Jair Bolsonaro (PL) e aliados ao banco dos réus no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Hoje é dia de lembrarmos da importância da democracia, dos direitos humanos e da soberania do povo para escolher nas urnas seus líderes e traçar o seu futuro”, escreveu Lula.
“E de seguirmos fortes e unidos em sua defesa contra as ameaças autoritárias que, infelizmente, ainda insistem em sobreviver.”
Sem mencionar o termo “golpe”, nem citar diretamente as Forças Armadas ou a ditadura militar, o presidente adotou tom institucional e buscou reforçar o compromisso do governo com a Constituição de 1988 e a estabilidade democrática:
“Nosso povo, com muita luta, superou os períodos sombrios de sua história. Há 40 anos, vivemos em um regime democrático e de liberdades, que se tornou ainda mais forte e vivo com a Constituição Federal de 1988.”
Lula encerrou a publicação afirmando que o Brasil não encontrará justiça nem superará a desigualdade fora da democracia: “Esta é uma trajetória que, tenho certeza, continuaremos seguindo. Sem nunca retroceder.”
A fala ocorre em meio a tensões institucionais renovadas, com a tramitação de projetos de anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro no Congresso, e enquanto o STF aprofunda o julgamento de militares e aliados de Bolsonaro por tentativa de golpe.