Walter Porto: Quem é Eve Babitz, autora comparada a Joan Didion que agora vai sair no Brasil

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A Amarcord vai lançar pela primeira vez no Brasil um livro da americana Eve Babitz, furacão da contracultura que despontou com obras que mesclavam memórias e ficções breves sobre a cena underground da cidade de Los Angeles.

O selo editorial, que com um ano de atividade já lançou trabalhos de ponta de mulheres como Miranda July e Alana Portero, publica "Dias Lentos, Encontros Fugazes" no começo de fevereiro.

A obra originalmente lançada em 1977 agora ganha tradução de Cecilia Madonna Young para seus dez contos ambientados na efervescente cultura do oeste americano nas décadas de 1960 e 1970.

Babitz foi muito comparada a Joan Didion, sua contemporânea que também escreveu livros fundamentais de não ficção sobre a cultura da mesma época e lugar, como "O Álbum Branco" e "Rastejando Até Belém" —até suas mortes foram próximas, separadas por menos de uma semana em dezembro de 2021.

Mas seus estilos eram bem diferentes. Didion era uma autora próxima a círculos da elite intelectual, enquanto Babitz chafurdava mais na contracultura e na liberdade sexual, mostrando os bastidores de uma Hollywood de ponta-cabeça.

Teve affairs tórridos com gente famosa e aos 20 anos protagonizou uma foto icônica surgindo nua jogando xadrez contra o artista plástico Marcel Duchamp —uma figura transgressora para combinar com seus textos, que foram bem reconhecidos ao longo de sua vida, mas passam por um ressurgimento no mercado americano, agora alcançando também o Brasil.

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ENGOV E a Todavia vai continuar seu investimento no catálogo de outra autora americana popular, a Ottessa Moshfegh de "Meu Ano de Descanso e Relaxamento". No ano que vem, a editora vai publicar o livro de estreia dela, uma novela curta de 2014, com o título "Ressaca".

PRATAS Para 2025, a Rocco prepara novos livros de dois dos autores mais prestigiados da casa —Ocean Vuong, de "Sobre a Terra Somos Belos por um Instante", lança o ainda inédito "The Emperor of Gladness"; e Tommy Orange, de "Lá Não Existe Lá", traz para o país o elogiado "Estrelas Errantes".

AMAZÔNIA Manaus ganha no domingo uma nova livraria, a Valer, que abre ao lado do Teatro Amazonas após a reforma de dois casarões. A empresa retoma uma atividade que tinha encerrado há sete anos, sintoma do ressurgimento das livrarias de rua ao redor do país.

FLORES E a Autêntica abre suas publicações do próximo ano com um clássico que completa seu centenário em 2025 — "Mrs. Dalloway", de Virginia Woolf, que vem em edição especial com uma nova pintura de capa e tradução revisada de Tomaz Tadeu.

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