VW Tera vs. Renault Kardian: como os dois novos SUVs se comparam?

há 1 mês 7

Apresentado sem camuflagens pela primeira vez durante o Carnaval do Rio de 2025, o Tera chegará com uma missão árdua ao mercado brasileiro. A Volkswagen considera o novo SUV o carro mais importante de sua história no país desde Fusca e Gol. Mas como o novo modelo se posicionará comparado aos seus concorrentes? 

A receita dessa nova leva de SUVs de entrada, como o Fiat Pulse, Renault Kardian e o próprio VW Tera, tem a missão de atrair um público que ainda não compra um SUV compacto normal, mas pode ser convencido a ter em sua garagem um carro com maior valor agregado que um hatch. São como uma evolução dos antigos compactos aventureiros, como VW Crossfox e Fiat Palio Adventure. 

Mas como o novo SUV de entrada da marca alemã se sai quando é comparado a um dos seus principais rivais? O Renault Kardian hoje é o segundo carro mais vendido da francesa, perdendo apenas para o subcompacto Kwid e foi um dos responsáveis por iniciar a renovação do portfólio da marca no último ano, que deverá contar ainda com um SUV médio e uma picape substituta da Oroch em breve. 

E já que o Tera foi apresentado somente em sua versão topo de linha, a High com pacote Outfit, a comparação será com a versão mais cara do Renault Kardian, a Première Edition, hoje tabelada em R$ 138.990. Veja abaixo como se destaca cada modelo.

Design

Ambos os modelos foram pensados para o mercado brasileiro desde sua criação. No caso do modelo alemão, sua origem remonta ao primo Skoda Kylaq, desenvolvido para a Índia. O Skoda foi desenvolvido na Índia para o mercado local. Por lá, ele usa uma versão mais simples da MQB, chamada de MQB-IN, exclusiva para aquela região. O Tera usa a MQB-A0, a mesma de Polo, Virtus, Nivus e T-Cross, uma das diferenças entre eles, assim como o desenho geral da carroceria, sendo o Kylaq um SUV mais quadrado, tradicional.

Segundo Pavone, head designer da Volkswagen America, o Tera foi desenhado ''por brasileiros para brasileiros'', e muito disso se vê na nova identidade visual adotada no modelo, que traz faróis dianteiros com DRL exclusivo, em dois blocos. Destaque também para a grande abertura do para-choque dianteiro com formato colmeia, junto com duas entradas de ar laterais também bem destacadas, que lembra a nova linha de elétricos da família ID. 

Os retrovisores são exclusivos (não são peças reutilizadas do Polo ou Nivus). Um vinco bem destacado está na lateral traseira, fazendo a ligação da porta até a lanterna. Na parte traseira, as lanternas trazem a mesma solução de Nivus, T-Cross e o novo Tiguan europeu, com lanternas interligadas por uma barra preta com filetes prateados, ainda que não acendam totalmente. Dentro das lanternas se veem filetes de LED.

Já no Kardian, o design vem diretamente da nova linguagem visual da Renault, com o novo logo da marca e pontos-chave como os faróis em duas partes - superior com luzes diurnas e setas de direção e inferior com farol baixo e alto -, conjunto todo em LEDs. Na traseira, as lanternas remetem aos SUVs globais da Renault, como o novo Captur e o Megane, tendo formato em C. Nas laterais, é perceptível que a linha superior das portas e teto vieram do Stepway europeu, mas a parte inferior é própria, assim como boa parte da lataria do Kardian são apenas dele.

Interior 

Apesar de ainda não conhecermos muito do Tera, já é possível ver que o SUV da marca alemã apostará em um visual inspirado nos elétricos ID. da VW e no primo Skoda Kylaq. A central multimídia fica em posição elevada, tendo 10", enquanto o ar-condicionado digital continuará com os criticados comandos sensíveis a toque. Ele também contará com painel de instrumentos 100% digital e o sistema VW Play Connect, permitindo conectividade total via aplicativo. O modelo também oferecerá carregamento de celular por indução e luz ambiente no meio do tabelier.

As linhas gerais seguem o padrão da marca alemã, trazendo design reto, linear e com os elementos dispostos em posições lógicas conforme a função. Assim como seus irmãos Nivus e T-Cross, o acabamento será simples e o freio de mão será manual. Ainda sim, o novo SUV parece ter ganhado retrabalho no material e nas texturas dos plásticos, dando impressão visual menos simplória que outros compactos da alemã.

Já no modelo da marca francesa, o Kardian trouxe bastante do Dacia Stepway, o que não é ruim. A ergonomia é boa, com os principais comandos em uma área de fácil acesso e o seletor do câmbio eletrônico ajudou a liberar um espaço considerável para um carregador por indução, porta-objetos e freio de estacionamento eletrônico. Ainda é carregado de plásticos, com alguns pontos, como parte do painel e nas portas em couro com costura laranja e o uso de preto brilhante e prata para dar um ar mais refinado.

Nas portas, os apliques plásticos recebem LEDs com oito opções de cores, também presentes no painel, lembrando modelos mais refinados da marca, como o Megane E-Tech. O aspecto dos plásticos não é o mais bonito do segmento, mas passam a impressão que terão vida longa e há cuidado nos encaixes e alinhamentos.

No console central, o porta-copos pode ser removido e abre um espaço para mais objetos que precisam ficar mais escondidos. Os comandos de ar-condicionado são do tipo automático e digital já conhecidos de outros Renault.

Volkswagen Tera ao vivo no Sambódromo (8)

Foto de: Motor1 Brasil

Volkswagen Tera terá 1.0 TSI 

Renault Kardian Premiere Edition 1.0T 2025

Renault Kardian conta somente com motor 1.0 TCe de até 125 cv e 22,4 kgfm 

Mecânica 

Apesar de não ter entrado em mais detalhes sobre a ficha técnica do Tera, tudo indica que o motor é o 1.0 turbo de três cilindros (170 TSI) do Polo, com 116 cv e 16,8 kgfm de torque, para diferenciá-lo dos mais potentes Nivus e T-Cross, que rendem 128 cv, ainda que o mais potente não esteja descartado. O câmbio será manual e automático AISIN de seis marchas.

Já flagrado nas ruas, o SUV não deverá se limitar ao motor turbo, tendo possibilidade de o Tera contar com o motor 1.0 aspirado de três cilindros, como nas versões básicas do Polo, estratégia similar à da Citroën com o Basalt, que usa um motor mais fraco na versão de entrada.

No Kardian, a francesa optou por unificar a motorização em torno do motor 1.0 TCe. Ele é o 1.3 turbo (H5HT) que a marca já usa no Duster e Oroch mas com um cilindro a menos. É capaz de render até 125 cv e 22,4 kgfm com etanol - não é o mais potente 1.0 turbo do mercado, mas tem o maior torque. Ele pode ser combinado ao câmbio automatizado de dupla embreagem de 6 marchas, chamado de DW23, ou ao câmbio manual de seis velocidades JX22, produzida em Portugal pela Horse.

E é aqui que os dois SUVs começam realmente a se diferenciar. Sendo o VW Tera considerado um carro de volume tão importante quanto o Polo ou o Gol, a alemã deverá optar por disponibilizar a maior oferta de configurações do modelo para ter o maior espaçamento possível de preços. Já no caso do Kardian, com o foco da marca francesa ficando em carros com maior lucro, não há essa intenção de brigar com o mesmo volume que a Volkswagen pretende atingir com o Tera.

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