Volkswagen se prepara para fechar 'acordo do século' com rival da Tesla

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Anunciada inicialmente em junho, a parceria estratégica planejada entre Volkswagen e Rivian já está praticamente pronta para sair do papel. O negócio acaba de ser oficialmente autorizado pelo Escritório Federal Antimonopólio Alemão e deverá ser detalhado nas próximas semanas. A aliança prevê a criação de joint-venture para compartilhamento de tecnologias e sistemas, envolvendo quantia total de aproximadamente US$ 5 bilhões (R$ 28 bilhões).

De acordo com o que ficou definido, a Volkswagen usará o dinheiro para ter acesso à expertise em software desenvolvida pela Rivian e, partir disso, projetar a arquitetura de seus elétricos de próxima geração. Dos US$ 5 bilhões, cerca de US$ 3 bilhões serão pagos diretamente para a Rivian e os US$ 2 bilhões restantes serão investidos na joint-venture (ainda sem nome definido). Todos os trâmites serão finalizados até o final do ano.

Especialistas vem tratando a parceria como o 'acordo do século' para a Volkswagen em razão das vantagens que serão geradas a partir do acesso às tecnologias da Rivian (rival direta da Tesla). Nesse sentido, o destaque fica por conta da arquitetura E/E para os chamados 'veículos definidos por software', identificados pela sigla SDV (Software Defined Vehicle). No formato SDV, o veículo é avaliado principalmente pelo software - e não pelo hardware. 

Dentro desse tipo de tecnologia - considerada a próxima evolução da indústria automotiva - é possível gerenciar operações, adicionar funcionalidades e habilitar novos recursos principalmente ou inteiramente por meio de software. A atual arquitetura E/E da Rivian será usada pela Volkswagen já no curto prazo em seus modelos e, no futuro, uma versão atualizada sustentará as próximas gerações de veículos.

Conceito de código de identificação da Volkswagen

Volkswagen

Para a Rivian, o negócio é positivo principalmente do ponto de vista financeiro, já que os bilhões pagos pela Volkswagen serão usados para tirar as contas da empresa do vermelho. No primeiro trimestre de 2024, o prejuízo líquido da marca norte-americana atingiu US$ 1,446 bilhão, sendo explicado pelas dificuldades de escalamento da produção e pelos altos custos de desenvolvimento de novas plataformas e modelos.

Já para a Volkswagen, a parceria representa a saída tecnológica ideal para solucionar os problemas da Cariad, sua divisão digital, que não tem conseguido avançar no desenvolvimento de novos softwares e sistemas apesar dos maciços investimentos. Na China, os alemães já conseguiram resolver essa questão através de parceria firmada com a Xpeng, que fornecerá plataforma 40% mais barata que a MEB. Já no caso da Rivian, os ganhos gerados pela aliança terão alcance global.

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