Som de advertência?
Em 2006, os pesquisadores norte-americanos Lynn Halpern, Randolph Blake e James Hillenbrand gravaram o som de um rastelo raspando ao longo de uma lousa. Logo após, a gravação foi reformulada, ficando sem as frequências altas, médias e baixas, uma de cada vez.
Nesse caso, a ausência da frequência mais alta não diminuiu a aflição dos participantes, então começou a ser especulada uma razão com viés "psicológico".
Segundo os estudiosos —oriundos da Universidade de Northwestern, em Illinois (EUA)—, as pessoas que têm essa aversão podem atrelar o som a algum tipo de repreensão.
Especulamos que o som de unhas em um quadro-negro têm uma característica aversiva quase universal porque provoca em nós um reflexo inconsciente, automático, como se estivéssemos ouvindo um grito de advertência Randolph Blake, psicólogo
Orelha adequada?
Já uma análise feita em 2011, publicada no The Journal of the Acoustical Society of America, com 24 voluntários também levou em conta as variações dos sons com e sem as frequências mais altas.
Constatou-se que as frequências mais desagradáveis permeiam entre 2.000 e 4.000 Hertz, afinal os participantes apresentaram picos de estresse quando foram expostos a sons nesse intervalo. E quando esses ruídos foram retirados, todos se mostraram mais relaxados.
Um dos organizadores do estudo, Michael Oehler, supôs que houve mudança no formato das orelhas dos seres humanos ao longo dos séculos. Assim elas ficaram adequadas para amplificar frequências altas, consideradas essenciais.
Ligação entre cérebro e amídala
Em 2012, um experimento da Universidade de Newcastle coordenado por Sukhbinder Kumar teve seus resultados divulgados no Journal of Neuroscience.
A pesquisa sugeriu uma ligação direta entre cérebro e amídala quando o indivíduo é exposto ao barulho de unha arranhando a lousa.
Os desenvolvedores da pesquisa afirmam que esse ruído angustiante consegue estimular o córtex auditivo, responsável por processar sons. E, curiosamente, também afeta amídala, pois ela processa emoções negativas.
Durante o estudo, os participantes foram submetidos a um exame de ressonância magnética enquanto eram expostos a determinados sons - a tal unha na lousa estava entre eles.
No exame foi notada a comunicação entre as duas partes do cérebro, sobretudo quando os voluntários ouviram frequências entre 2.000 e 5.000 Hertz.
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