Viola Davis é presidente dos EUA e celebra o poder feminino em novo filme

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Dona de um raro currículo com o EGOT —sigla para os quatro principais prêmios do entretenimento americano, Emmy, Grammy, Oscar e Tony Awards— e por duas vezes considerada pela Time uma das 100 pessoas mais influentes do planeta, a atriz Viola Davis não precisa provar nada para ninguém, muito menos para ela própria. Mas, como ela diz em entrevista exclusiva à Folha para divulgar o novo filme de ação "G20", que estreia no Prime Video na próxima quinta, dia 10 de abril, ela "planta uma semente" para promover uma mudança na visão sobre mulheres, especialmente as "mulheres de cor".

No filme, Viola Davis vive Danielle Sutton, presidente dos Estados Unidos que luta com o vigor e a habilidade de uma jovem e salva o mundo de uma crise econômica sem precedentes. "Esse é o poder da representação. Quando você vê, você acredita que pode fazer, isso vira verdade", diz a atriz.

Viola Davis cita como exemplo a sua apresentação a Cicely Tyson, mãe de sua personagem na série "Como Defender um Assassino" e primeira atriz americana a receber um Oscar —honorário, em 2019. "Não posso dizer o que foi essa experiência, não há palavras. Mas ela se espalhou direto para o meu coração. E, de repente, liberou um caminho para mim, de uma forma que não era clara antes", lembra Viola, que gosta de afirmar a importância de ver mulheres "de cor" em papeis centrais de narrativas. Abrindo caminhos.

Sem pretensão de prêmios da Academia de Cinema ou de trazer reflexões mais profundas sobre política, apesar de associações parecerem inevitáveis, "G20" chega ao streaming em mais de 240 países e territórios propondo diversão para toda a família no melhor estilo de clássicos filmes de ação. Mas o herói não é um homem, e sim uma mulher cinquentona que às vezes sofre a "síndrome da impostora", é mãe e esposa, veste capa vermelha e troca o salto alto por um tênis em suas piruetas extraordinárias, salvando líderes mundiais reunidos na Cúpula do G20 de um ataque terrorista. Detalhe, Viola dispensou dublês em boa parte das cenas.

"Pode ser desconhecido para o público geral que aos 59 anos eu possa correr, eu possa fazer puxadas, saltar em um elevador e lutar... Danielle poderia pegar uma arma, servir como militar, ser a líder de um mundo livre. Mas isso não é desconhecido nem inacreditável para mim. Sei o que posso fazer e sei o que as mulheres da minha vida podem fazer. Danielle pode ser tudo. É uma mulher que é poderosa, humana e capaz", diz Viola.

"G20" abre caminhos não apenas para mulheres negras, mas também latinas. A diretora mexicana Patricia Higgen celebra seu primeiro trabalho com Viola Davis e o convite para fazer o filme. "Devo à Viola. Como uma mulher mexicana nos Estados Unidos, fazer este filme é emocionante, sinto que ele abrirá as portas para muitas mulheres depois de mim. Também adoro que temos um personagem latino no filme com um caráter positivo, um guerreiro incrível, de bom coração."

"Hollywood sempre representou os latinos como os vendedores de drogas, os membros de gangues, os pobres imigrantes. As pessoas que assistirem ao filme vão ver que os latinos estão em todos os lugares da sociedade, eles têm um trabalho muito importante", conclui a diretora.

Patricia, que já trabalhou com o ator Rodrigo Santoro no filme "Os 33", tece elogios ao cinema brasileiro e à atriz Fernanda Torres, que este ano foi indicada ao Oscar e ganhou o Globo de Ouro por sua atuação em "Ainda estou aqui": "A porta para a Fernanda ser uma heroína em Hollywood está aberta. Por que não? Ela é tão boa. Podemos fazer a sequência de ‘G20’ aqui no Brasil, com a Fernanda como presidente brasileiro", brinca a diretora.

Viola Davis, seu marido e também produtor Julius Tennon e a diretora Patricia Higgen estão desde a noite de ontem, dia 4 de abril, divulgando "G20" no Rio de Janeiro. Ontem, os três marcaram presença na première do filme no Morro da Urca, em uma exibição para a imprensa e convidados ilustres, como os atores Regina Cazé e Lázaro Ramos e as cantoras Anitta e Gaby Amarantos.

Na tarde chuvosa deste sábado, mais uma rodada de entrevistas para jornalistas em um hotel de Ipanema. Nos próximos dias, Viola e Tennon devem seguir, como adiantou o produtor na noite desta sexta, para uma rodada ainda secreta de negociações em solo brasileiro. O casal, que já declarou seu amor ao Brasil e visita o país pela terceira vez, tem desde 2023 uma produtora de audiovisual na Bahia, a Axé.

O filme "G20" estreia exclusivamente no streaming, no Prime Video, da Amazon, na próxima quinta, dia 10 de abril. Além de Viola Davis, estão no elenco Anthony Anderson, Marsai Martin, Ramón Rodríguez, Douglas Hodge, Elizabeth Marvel, Sabrina Impacciatore, Christopher Farrar e Antony Starr. O filme foi escrito por Caitlin Parrish, Erica Weiss, Logan Miller e Noah Miller e produzido por Viola Davis, Julius Tennon e Andrew Lazar.

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