Na última segunda-feira (16), os advogados do compositor Toninho Góes postaram no YouTube um vídeo que teria sido usado como prova no processo movido por eles contra a cantora britânica Adele. O compositor a acusa de plágio pelas supostas semelhanças entre a sua "Mulheres" (interpretada por Martinho da Vila) e "Million Years Ago", lançada por Adele em 2015.
O vídeo mostra as duas canções sobrepostas, sendo cantadas simultaneamente, para evidenciar as supostas semelhanças nas suas melodias. O vídeo viralizou nas redes sociais, levantando uma onda de apoio ao compositor brasileiro, que na última semana conseguiu na Justiça a suspensão da reprodução e comercialização da faixa de Adele sem a autorização de Góes, sob pena de multa de R$ 50 mil.
Entenda o caso
Em fevereiro, o compositor protocolou um processo contra a cantora. Ele pede R$ 1 milhão de indenização a ela, Greg Kurstin, o produtor da faixa, e a três gravadoras que representam a obra da artista, entre as quais Sony e Universal, que têm sedes no Brasil.
No processo, ele também pede os direitos autorais da música, com juros e correção monetária. Mas o valor ainda é incalculável, por depender de dados sigilosos de vendas e audiência, aos quais a defesa só terá acesso mediante a um mandado judicial.
Advogado do compositor, Fredímio Trotta disse em junho à Folha que, antes de processar Adele, tentou um acordo extrajudicial, mas a artista não se manifestou, e suas gravadoras disseram não ter responsabilidade sobre a composição da obra, apenas sobre sua distribuição.
Próximos passos
O juiz mandou que, em comum acordo, os representantes da artista britânica e suas gravadoras e os advogados do compositor brasileiro contratassem uma musicóloga para fazer uma perícia sobre a música de Adele e a de Geraes.
A profissional foi contratada ainda durante a audiência, na presença do juiz. Ela entregará o laudo no fim de janeiro, quando uma nova audiência deve ser marcada, com a volta do Judiciário, que entra agora em recesso.