Veja o que a Bajaj tem planejado para suas motos no Brasil em 2025

há 1 mês 3

As operações da Bajaj tiveram início no Brasil aos 45 do segundo tempo em 2022, bem ao final de dezembro. As vendas mesmo ficaram para 2023 e a empresa está chegando ao segundo ano completo de operações por aqui em uma forma bem diferente daquele com a qual iniciou sua jornada brasileira há praticamente dois anos. 

A Bajaj convidou a imprensa especializada em duas rodas nacional para fazer um balanço da marca em 2024, o que claramente inclui o Motor1.com Brasil. Além de relembrar os grandes marcos pelos quais passou neste ano, a filial nacional da empresa indiana também comentou um pouco do que podemos esperar para 2025, que trará mais novidades para nós.

Bajaj Dominar 250 em testes na fábrica da marca em Manaus (AM)

Foto de: Bajaj

Bajaj Dominar 250 em testes na fábrica da marca em Manaus (AM)

Uma fábrica e quase 15 mil motos depois...

A Bajaj começou no Brasil importando 3 modelos: as Dominar 160, 200 e 400. As duas primeiras, inclusive, pertencem à família Pulsar originalmente na Índia. Para facilitar o estabelecimento da marca aqui no país, a Bajaj optou por nomear o trio como Dominar mesmo. De 2022 para cá, porém, muita coisa já mudou.

No final de junho de 2024, a marca inaugurou sua linha de montagem em Manaus (AM), onde emprega cerca de 150 funcionários direta e indiretamente. Hoje, são 4 modelos saindo de lá, pois a Bajaj lançou a Dominar 250 em agosto como a quarta opção de seu portfólio. Esta sim, é uma Dominar como na Índia mesmo. 

E como funciona o esquema aqui? As motos saem da Índia desmontadas e em kits. Ao chegar aqui, recebem a montagem final e componentes nacionais, regime que é conhecido como CKD. Em Manaus, a Bajaj tem capacidade para montar 20 mil unidades por ano e, apesar de ter sido inaugurada praticamente em julho, já entregou 8 mil motos em 2024. Com isso, a marca está chegando a 13 mil unidades emplacadas desde 2022, ou cerca 15 mil que já foram entregues para seus clientes, pois há um hiato entre a entrega e o licenciamento.

Bajaj Dominar 250 (2025) - Lançamento no Brasil

Foto de: Bajaj

Bajaj Dominar 250 (2025) - Lançamento no Brasil

Poderia ser mais? Sim, mas 20 mil unidades anuais, por enquanto, é a cota que o mercado brasileiro tem de cota junto à fábrica na Índia. Os números de vendas cresceram rápido, mas não vieram apenas graças à linha de montagem nacional. A Bajaj encerrou 2023 com 10 concessionárias por aqui e, hoje, já tem 28 abertas e mais 3 com previsão para iniciarem as operações em dezembro. 

Além disso, a marca está tomando cuidado na expansão, já tendo inaugurando um estoque de peças na região metropolitana de São Paulo (SP) para atender a frota circulante. Além disso, se houver demanda por um componente que não está aqui, a Bajaj tem canais para trazê-lo de avião diretamente da Índia.

Porém, o que é mais louvável na estratégia da Bajaj no Brasil até agora está na forma como ela precificou suas motocicletas. Ao contrário de diversas montadoras por aqui, o preço de uma Dominar anunciado no site é exatamente o mesmo que você vai encontrar nas lojas, sem o empecilho de custo de frete ou seguro cobrados a parte.

Modelo Preço de tabela
Dominar 160 R$ 16.900
Dominar 200 R$ 19.900
Dominar 250 R$ 22.500
Dominar 400 R$ 25.500
Bajaj Dominar 400 Lançamento no Brasil

Bajaj Dominar 400 Lançamento no Brasil

Moto flex, scooter elétrica e mais Dominar

Mesmo com a tendência de alta, a Bajaj continua com planos para expansão no Brasil, ainda que com cautela. Waldyr Ferreira, chefe de operações da Bajaj do Brasil, disse que "temos uma capacidade para 20 mil motos anuais. Com mais opções de motos produziríamos menos unidades de cada". Mas não quer dizer que a marca não terá novidades.

De acordo com o executivo, o foco da empresa continuará sendo o segmento de motos urbanas, concentrado nas linhas Pulsar e Dominar. Comparando as opções do Brasil com as da Índia, não faltam opções. Na Dominar, já estamos parelhos com os indianos, mas a linha Pulsar conta com opções que vão de 125 a 400 cilindradas, contando com opções urbanas, esportivas e semi-carenadas.

Bajaj Platina 110 ABS vermelha

Bajaj Platina 110 ABS vermelha

No entanto, não espere ver as estradeiras da linha Avenger, muito menos as baratinhas Platina e CT. O que é uma pena, pois a Bajaj oferece uma Platina 110, que lembra muito a Mottu Sport 110 de visual, mas já conta com freios ABS de série e custa menos de R$ 5 mil na conversão direta da rúpia indiana.

A Bajaj também experimenta com combustível alternativos na Índia. Ela acabou de lançar por lá a Freedom, uma moto feita para rodar com gasolina ou o equivalente ao GNV por lá. Sim, moto a gás e que já está emplacando a um ritmo de quase 30 mil unidades mensais.

Bajaj Chetak elétrica

Bajaj Chetak elétrica

A Índia, assim como o Brasil, é um dos poucos países que está encarando o etanol combustível como alternativa. Tanto que já é possível comprar modelos da Bajaj Pulsar 160 (nossa Dominar 160) por lá com motor flex.

Seria uma boa para o Brasil, certo? Sim, e até Waldyr Ferreira confirmou isso: "Brasil estaria credenciado para receber essa tecnologia também, pois o público a aceitaria sem problemas, mas estamos esperando o mercado indiano maturar primeiro antes de pensar na importação de motos flex". Outra negociação que está sendo feita com a Índia é o de comercializar motos aventureiras no Brasil, segmento que cresce bem por aqui, mas nada está definido.

Durante a reunião, a Bajaj nem tentou esconder a scooter elétrica Chetak dos jornalistas. Mas não espere essa novidade tão cedo, nem scooter a combustão. "A Bajaj não tem isso (scooter a combustão) nem na Índia", lembrou o executivo. Quanto a versão elétrica, oficialmente, a empresa fala que a Chetak passou por uma atualização no mercado indiano e ainda não há previsão para o Brasil, ainda que a moto já esteja homologada aqui em sua configuração anterior.

No entanto, em conversas informais com outros funcionários da Bajaj, o tema que pareceu mais sensível para viabilizar a Chetak elétrico no Brasil seria a questão do preço mesmo. Por enquanto, teremos que esperar e ver por quanto a Yamaha trará o ciclomotor elétrico NEOS para cá.

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