Vaivém: Preços aumentam no campo em julho e influenciam taxa de inflação

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Os preços dos produtos agropecuários, embora estejam longe do pico de há dois anos, terminam julho com alta, em relação a junho, não dando muita folga para a inflação.

Quando comparados a julho de 2023, um período de baixa no campo, os preços pagos aos produtores se apresentam bem melhores.

O arroz teve forte aceleração após as enchentes no Rio Grande do Sul, mas perdeu ritmo em julho, em relação a junho. Os produtores reduzem as vendas, à espera de preços mais atraentes nos próximos meses, período que antecede a entressafra no país.

Os dados do mês passado do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), quando comparados aos de julho de 2023, apontam alta de 37%.

O trigo perdeu ritmo de alta devido a notícias de safras melhores na Rússia e na Argentina. Mesmo assim, a saca chegou a R$ 1.461 de média no mês passado, 12% a mais do que em igual período de 2023.

O milho esboçou alta nos primeiros meses deste ano, mas voltou a cair e acumula média de R$ 57 em julho, o menor valor em 12 meses.

Além da entrada do produto da safrinha no mercado nacional, o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aponta cenário melhor para a safra dos americanos. Neste ano, 68% das lavouras se encontram como boas e excelentes, acima dos 55% do ano passado.

A soja ganhou força nas médias de junho e de julho no mercado interno, mas os preços ainda ficam 6% abaixo dos de iguais meses de 2023, segundo os números do Cepea.

O produtor espera a volta da China ao mercado no segundo semestre e, consequentemente, uma melhora nas negociações. O patamar atual do dólar e os prêmios pagos nos portos favorecem as exportações.

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A soja dos americanos, no entanto, entra no mercado internacional nos próximos meses, e os dados mais recentes do Usda indicam boas condições para a lavouras. O último relatório aponta que 67% delas são consideradas boas e excelentes, percentual superior aos 52% de há um ano.

O café mantém a escalada de alta. O robusta, ao atingir valor médio de R$ 1.270 por saca, supera em 96% a cotação de há um ano. A safra vietnamita desse tipo de café, que chegará ao mercado no último trimestre, e a brasileira, que está sendo colhida, não estão mostrando o potencial esperado, o que segura os preços.

A redução de oferta do robusta força a alta do arábica. Este teve média de R$ 1.420 por saca em julho, o maior patamar real desde fevereiro de 2022,.

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As proteínais animais, após um período de baixa, voltaram a ganhar preço. O leite tem o oitavo mês de alta no campo, com evolução acumulada de 32% no primeiro semestre. Os preços deste período, no entanto, ainda são 14% inferiores aos de janeiro a junho de 2023.

A arroba de boi subiu em julho, em relação a junho, mas ainda está 9% inferior ao valor de há um ano. Já o frango registra a menor média em dez meses. Apesar da baixa, os valores atuais superam em 25% os de julho de 2023.

O preço da arroba de suíno tem sustentação em alguns estados, principalmente em São Paulo e Rio Grande do Sul, mas essa tendência não é geral. A falta de renda inibe vendas em algumas regiões. As exportações, porém, ajudam a segurar os preços, que estão 16% superiores aos de julho do ano passado.

Biodiesel

O PIB (Produto Interno Bruto) da cadeia da soja e do biodiesel, após alta de 21% em 2023, deverá diminuir 5,33% neste ano, devido à quebra da safra e preços menores da soja, o que trará reflexos na cadeia do setor.

O PIB da cadeia deverá recuar para R$ 422 bilhões. A maior produção de biodiesel e as exportações de farelo de soja inibem uma queda ainda maior, segundo estudo do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) e da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais.

Renda

Com a quebra de safra e preços menores, o PIB da soja deverá recuar 13,1% no ano. A baixa nos preços relativos da cadeia produtiva poderá gerar um recuo de 33,15% na renda real, segundo as entidades.

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