As exportações brasileiras de carne bovina mantêm ritmo acelerado neste mês, influenciam os preços internos e pressionam a inflação. Pelos dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), as exportações dessa proteína dos tipos fresca, refrigerada e congelada já somam 176 mil toneladas nas três primeiras semanas de outubro. Mantido esse mesmo ritmo na última, as vendas externas poderão atingir o recorde de 265 mil toneladas.
A demanda externa aquecida interrompeu a tendência de baixa dos preços externos, que se mantêm em US$ 4.600 por tonelada. Internamente, a demanda externa pela proteína brasileira força os frigoríficos a pagar mais pelos animais prontos para o abate.
A arroba de boi é negociada, em média, a R$ 308 no estado de São Paulo, segundo acompanhamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Apenas neste mês, a alta acumulada é de 12%.
A elevação dos preços no campo é repassada para o consumidor. Para a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a inflação dos alimentos atingiu 1% no acumulado de 30 dias até a segunda semana deste mês. Durante todo o mês de setembro, a evolução dos preços dos alimentos havia sido de 0,39% na capital paulista.
Entre os dez produtos que mais pesaram na inflação nos últimos 30 dias, cinco são relacionados à pecuária. A carne bovina teve evolução média de 5,7%, com alguns cortes, como o contrafilé, atingindo valorização de 7,6% no período.
O mercado externo está tão favorável ao Brasil que as exportações deste mês, tanto em volume como em receitas, superam em 42% as de igual período do ano passado. O Brasil está exportando 12,6 mil toneladas de carne bovina por dia útil, com receitas diárias de US$ 58 milhões, conforme os dados da Secex.
Os mercados mais atuantes nas compras do produto brasileiro são a China e os Estados Unidos, que ficam com 45% e 9%, respectivamente, da carne brasileira exportada. Até setembro, os chineses compraram 935 mil toneladas, no valor de US$ 4,1 bilhões. Os americanos ficaram com 147 mil toneladas, no valor de US$ 867 milhões, segundo a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes).
Feijão O Cepea, com o apoio da CNA, passa a acompanhar e a publicar os preços do feijão no campo, a partir desta semana. A divulgação do feijão de cor e carioquinha visa melhorar o quadro de informações do setor, segundo o Cepea.
Feijão 2 A saca de 60 quilos da leguminosa com nota 9 e 10 está sendo negociada a R$ 283 em Itapeva (SP). No noroeste de Minas Gerais, está em R$ 230, segundo a pesquisa do Cepea.
Ureia O preço, que chegou a US$ 950 por tonelada após a invasão da Ucrânia pela Rússia, esteve em US$ 377 em setembro, 11% abaixo do valor de igual mês de 2023, segundo a MacroSector.
Frango A União Europeia aumentou em 15% as importações provenientes da China nos sete primeiros meses deste ano, em relação a igual período anterior. As compras no Brasil foram reduzidas em 11%, recuando para 163 mil toneladas.
Folha Mercado
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