Após um ano de pressão nos preços dos alimentos, 2025 inicia com uma estimativa de estoques maiores nos produtos básicos. Arroz, feijão, trigo e milho têm previsão de término de safra com um volume maior de grãos à disposição do mercado, segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (14) e indicam que os estoques finais de arroz no término da safra 2024/25 sobem para 1,3 milhão de toneladas, o maior em quatro anos. A confirmação desse volume significa que a safra terá uma sobra de produto para 44 dias de consumo, bem acima do apertado patamar de 14 dias do ano anterior.
Esse cenário melhor é refletido nos preços no campo, que pararam de subir, e nos do varejo, que caíram 0,4% em dezembro. No ano passado, a alta acumulada foi de 7%, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
A Conab espera uma produção de 12 milhões de toneladas do cereal, 13% a mais do que na safra anterior, para um consumo estável de 10,5 milhões. O país aproveita os bons momentos do mercado externo, exportando 1,4 milhão de toneladas, mas importa 2 milhões.
Em 2024, o mercado de arroz foi muito tumultuado pelas enchentes no Rio Grande do Sul e pela polêmica das importações governamentais, que não se confirmaram.
Os estoques finais de feijão na virada de safra serão suficientes para 52 dias de consumo, um número também melhor do que o da safra anterior. A Conab espera uma safra de 3,4 milhões de toneladas, para um consumo de 3 milhões.
O Brasil começa a exportar feijão com ritmo maior, mas o mercado externo ainda representa pouco para o país. A expectativa do órgão governamental é de vendas externas de 170 mil toneladas.
A sobra de milho de uma safra para outra melhora em 2024/25. Este é um cereal tem uma demanda cada vez maior. Nesta safra, o consumo interno atingirá o recorde de 86,4 milhões de toneladas. Há seis anos, era de apenas 62 milhões.
O avanço da produção de proteínas, confirmando o Brasil como um dos principais exportadores mundiais de carnes, e a demanda crescente ano a ano na produção de etanol proveniente do cereal são responsáveis por essa evolução da demanda.
Após assumir a liderança mundial nas exportações de milho, em 2023, quando colocou 56 milhões de toneladas no mercado externo, as vendas de 2024 recuaram para 40 milhões, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Não há muito espaço para aumento das exportações neste ano, uma vez que a produção está estimada em 120 milhões de toneladas pela Conab.
A safra de trigo será a menor dos últimos quatro anos, caindo para 7,9 milhões de toneladas, abaixo dos 10,6 milhões de 2022. O ano-safra do trigo termina em 31 de julho, acumulando importação de 6,2 milhões de toneladas e exportação de 2 milhões, segundo a Conab,.
O estoque final da safra 2024/25 será de 704 mil toneladas, suficiente para 22 dias, melhor do que o da safra anterior, mas abaixo do volume dos períodos imediatamente anteriores.
Conab e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgaram estimativas para a safra total de grãos de 2024/25 nesta terça-feira. Pela primeira vez desde 2017, as estimativas do IBGE indicam uma produção superior à apontada pela Conab. Esta espera uma safra de 322,2 milhões de toneladas, enquanto o IBGE prevê 322,6 milhões.
As diferenças estão principalmente na soja e no milho, produtos que representam 89% da produção total de grãos do país. Com volume acima do da Conab, o IBGE estima uma produção de 167 milhões de toneladas de soja e de 121 milhões de milho.
Fertilizantes As vendas de 2024 subiram para 46 milhões de toneladas no mercado interno, segundo a consultoria MacroSector. O volume supera em 0,5% o de 2023. Os preços médios praticados no ano passado recuaram para US$ 308 por tonelada, queda de 14% em relação aos do ano anterior.
Fertilizantes 2 A produção interna foi de 7,1 milhões de toneladas, segundo a consultoria, com aumento de 4% sobre 2023.
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