Nicotina não afeta apenas o cérebro, causando dependência, mas também tem efeitos cardiovasculares, como aumento da pressão sanguínea e dos batimentos cardíacos
Reprodução/ Ministério da Saúde
Em abril, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu por unanimidade manter a proibição da venda de vapes no Brasil
O uso cada vez mais frequente de cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes, tem gerado preocupação entre autoridades médicas. De acordo com uma pesquisa realizada pela Secretaria de Saúde de São Paulo, em parceria com o Instituto do Coração e o laboratório de toxicologia da Faculdade de Medicina da USP, usuários de cigarros eletrônicos retêm níveis de nicotina de três a seis vezes maiores em comparação aos fumantes de cigarros convencionais. O estudo, que envolveu 200 usuários de vapes, revelou que a quantidade de nicotina inalada pode variar significativamente dependendo do fabricante. O médico oncologista Wesley Pereira Andrade explicou que a concentração de nicotina nos aparelhos pode ser extremamente alta, chegando a 50 mg por ml. Isso significa que fumar 1 ml de um cigarro eletrônico pode equivaler a consumir dois maços e meio de cigarros convencionais. Essa alta concentração pode levar a uma dependência química muito mais rápida, especialmente entre os jovens. Segundo Andrade, o cérebro de um jovem que começa a usar vapes pode se viciar mais rapidamente do que o de uma pessoa que fuma cigarros convencionais.
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A nicotina não afeta apenas o cérebro, causando dependência, mas também tem efeitos cardiovasculares, como aumento da pressão sanguínea e dos batimentos cardíacos. Isso eleva o risco de infarto, uma vez que o estímulo ao sistema cardiovascular é muito maior do que no caso dos cigarros convencionais. Em abril, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu por unanimidade manter a proibição da venda de vapes no Brasil. Apesar dos alertas, atualmente 3% da população brasileira utiliza cigarros eletrônicos.
Publicado por Luisa Cardoso