Quando começamos a discutir o tema para o nosso desafio anual de saúde, chegamos rapidamente a um consenso de que deveria ser sobre alimentos ultraprocessados.
Nos últimos cinco anos, houve uma explosão de pesquisas científicas sobre alimentos ultraprocessados e suas ligações com certos problemas de saúde.
Agora, muitos de nós estamos olhando para o que comemos sob uma nova perspectiva: não estamos apenas prestando atenção aos nutrientes em nossos alimentos; também estamos procurando pistas para saber se um alimento foi processado —e, se sim, quanto.
Mas o que, exatamente, devemos procurar ao enfrentar os desafios apresentados nestas páginas? E como podemos entender listas extensas de ingredientes?
O que são alimentos ultraprocessados?
Alimentos ultraprocessados são comumente definidos como produtos que você não poderia fazer tipicamente em sua própria cozinha. Eles contêm ingredientes como xarope de milho com alto teor de frutose, óleos hidrogenados, isolados de proteína, emulsificantes e sabores, cores e adoçantes artificiais. Pense em nuggets de frango, cachorros-quentes, iogurtes saborizados, refrigerantes e muitos cereais matinais, pães embalados e lanches.
Não temos uma imagem clara de quando os alimentos ultraprocessados começaram a dominar nossas dietas. Eles fazem parte do suprimento alimentar americano há décadas, mas provavelmente receberam um impulso nas décadas de 1980 e 1990, quando empresas de tabaco compraram várias grandes empresas alimentícias. Os produtos fabricados por essas empresas eram mais propensos a ter combinações de gordura, açúcar, carboidratos e sódio que os tornavam difíceis de parar de comer, sugerem pesquisas. E, com o tempo, nosso consumo deles aumentou gradualmente.
Hoje, os alimentos ultraprocessados compõem a maioria do que comemos —quase 60% das calorias consumidas por adultos nos Estados Unidos, e quase 70% das calorias consumidas por crianças e adolescentes.
Como os alimentos ultraprocessados afetam nossa saúde?
Há muito que os cientistas ainda estão aprendendo sobre alimentos ultraprocessados, mas especialistas em saúde pública estão cada vez mais alertando que eles podem estar contribuindo para a má saúde.
Pesquisadores ligaram alimentos ultraprocessados a 32 preocupações de saúde, incluindo doenças cardíacas, diabetes tipo 2, obesidade, certas condições gastrointestinais e alguns tipos de câncer. Estudos também encontraram ligações entre alimentos ultraprocessados e depressão e ansiedade.
Mas não está claro se todos os alimentos ultraprocessados são prejudiciais para nós. Um estudo recente, por exemplo, sugeriu que alguns, como iogurtes saborizados e cereais, não eram. Também não está claro se os alimentos ultraprocessados causam diretamente problemas de saúde ou se são causados por outros aspectos da vida das pessoas.
Pode levar décadas para que os pesquisadores descubram exatamente por que esses alimentos estão conectados a resultados negativos de saúde. Ainda assim, a maioria dos especialistas concorda que há evidências suficientes para sugerir que devemos comer menos ultraprocessados.