Trump deve fazer mudanças fortes, mas não radicais no início de governo, diz analista

há 23 horas 2

Conteúdo XP

O presidente eleito, Donald Trump, toma posse nos Estados Unidos no dia 20 de janeiro. Está claro que as políticas interna e externa serão bem diferentes daquelas adotadas pelo atual governo de Joe Biden.

“No entanto, há uma dúvida sobre o grau da mudança”, afirma Sol Azcune, analista política da XP, que participou do programa Morning Call da XP nesta terça (7).

“Apesar de muitos mercados acreditarem que há expectativa de moderação, que isso (as propostas de campanha de Trump) possa ser uma ferramenta de negociação mais política do que de política econômica, há ainda bastante incerteza”, afirmou.

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Anúncios “inusitados”

Ela, no entanto, acrescentou que não está descartado anúncios “inusitados”, como ocorreu na gestão anterior do presidente eleito.

“Há vozes que indicam uma moderação da política do governo”, disse.  Sobre especificamente à adoção de tarifas de importação, amplamente anunciada durante a campanha de Trump, inicialmente poderia se buscar uma taxação universal de 10%, sendo que para os países vizinhos, ela chegaria a 25%, informa Azcune.

“A realidade é que há bastante incerteza porque a decisão não foi ainda tomada dentro do (novo) governo”, explicou.

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A analista crê que tarifas podem ser aplicadas inicialmente a setores mais sensíveis à segurança nacional. “Já se começaria com uma mudança relevante, mas ainda não agressiva”, avaliou.

Países buscam saídas

Segundo ainda Sol Azcune, a União Europeia já está se preparando para mudanças relevantes da política nos EUA, assim como os países vizinhos México e Canadá, principais aliados econômicos dos Estados Unidos.

“O México já está aplicando tarifas sobre produtos chineses, dando um passo para melhoria das relações com os Estados Unidos, mas há muito a ser percorrido”, disse.

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No caso do Canadá, a renúncia de Justin Trudeau, segundo a analista, não é vista como uma consequência do governo Trump.

“As possíveis medidas do presidente eleito (dos EUA), como tarifa de 25% sobre a importações de produtos canadenses, levanta, no entanto, temores de um governo que já vinha sofrendo com uma queda forte de aprovação”, explicou ela sobre a questão do Canadá.

Azcune complementou que o fato do partido de Trudeau ser liberal e não conservador, pode acabar tendo maior dificuldade no relacionamento com Trump. “Isso também incentiva preocupações (no Canadá)”, disse.

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