O painel "Financiando a Energia do Amanhã" reuniu Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Alexandre Castanheira, head de Debt Capital Markets do Citi Brasil, e Bernardo Sicsú, vice-presidente de Estratégia da Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia). A conversa foi mediada pela jornalista Mariana Sgarioni, colunista de Ecoa.
Na esfera federal, a Política Nacional de Transição Energética é um dos principais projetos em andamento. O governo prevê R$ 2 trilhões em investimentos ao longo de dez anos para impulsionar o uso de fontes de energia limpa. "Precisamos escalar SAF (Combustível Sustentável de Aviação), biobunker (combustível marítimo), biometano, hidrogênio verde, amônia verde, fertilizante verde e metanol. Para isso é necessário capital intensivo. A gente não vai precisar só de dívida, vai precisar também de equity", disse Luciana Costa.
Na opinião de Bernardo Sicsú, da Abraceel, o mercado livre de energia será um importante impulsionador da transição energética no Brasil, pois oferece ao consumidor a possibilidade de escolher o fornecedor, tipo de energia, preço e prazos. "Não vamos concluir transição energética nenhuma sem que o consumidor seja o protagonista e tenha acesso de forma barata", disse.
Desafios para o setor privado
Ponderar os impactos que a transição energética tem sobre as comunidades também foi destaque na palestra de Daniela Teston, diretora de relações corporativas da WWF-Brasil. Daniela falou sobre a importância de uma negociação equilibrada entre empresas e comunidades locais e que é preciso ir além dos interesses corporativos e avaliar os impactos de maneira inclusiva e descentralizada. "Seja no Cerrado, Mata Atlântica ou Amazônia, precisamos considerar que a realidade dessas populações não é a mesma que a gente vive [nos centros urbanos]. Então, essa transição tem que acontecer de forma equilibrada", defendeu, na conclusão do evento.