Entre a noite de terça-feira (17) e a madrugada de quarta (18), os brasileiros terão a oportunidade de acompanhar mais um fenômeno astronômico: o último eclipse da Lua deste ano. Um eclipse parcial da Lua ocorre quando apenas uma parte dela passa pela sombra escura da Terra.
No entanto, observar este espetáculo natural não será tão fácil, devido às condições climáticas. Na capital paulista, por exemplo, a previsão do tempo indica muita nebulosidade após um período de chuva no domingo (15) e na segunda-feira (16). Já no interior do estado, além de outras regiões do país, o problema é o acúmulo de fumaça dos incêndios florestais.
Essa poluição já tem provocado a alteração da cor do Sol e da Lua, deixando-os em tons avermelhados. Nesses locais, também não será possível observar com clareza o eclipse, uma vez que ele, como não será total, fará com que o satélite da Terra não tenha grandes mudanças visíveis.
Segundo a astrônoma Josina Nascimento, do Observatório Nacional, este eclipse parcial cobrirá apenas 3,5% da área total da Lua. Esta é a parte que ficará totalmente escura. O restante do satélite terá um escurecimento de sua coloração. Isso ocorre porque eclipses desse tipo possuem duas fases: a umbral e a penumbral.
"A penumbra é uma sombra mais clara, que ainda recebe um pouco de luz do Sol, então, quando a Lua está na penumbra (seja totalmente ou parcialmente na penumbra) não se percebe nenhuma mudança a olho nu (sem o uso de instrumentos). A essa fase chamamos de fase penumbral. Há eclipses que são somente penumbrais. Ou seja, a Lua penetra na penumbra e depois sai da penumbra", explica Nascimento.
No caso do eclipse desta semana, os 3,5% cobertos estarão na fase umbral e 96,5%, na penumbral.
O próximo eclipse lunar total, em que a Lua entra totalmente na umbra, só poderá ser admirado do território brasileiro em 14 de março de 2025. O que chama a atenção nesse tipo de eclipse é o fato de o satélite ganhar um tom alaranjado ou avermelhado —e mais avermelhado por ficar conforme a concentração de poeira e nuvens na atmosfera da Terra, de acordo com a Nasa.
O eclipse desta terça terá as fases penumbral, parcial e penumbral de novo, nos seguintes horários (de Brasília):
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Início do eclipse penumbral às 21h41min07s
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Início do eclipse parcial às 23h12min58s
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Máximo do eclipse parcial às 23h44min18s
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Fim do eclipse parcial já no dia 18 às 0h15min38s
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Fim do eclipse penumbral no dia 18 às 1h47min27s
Josina esclarece que não é preciso nenhum equipamento especial para observar o eclipse. Os observadores podem olhar diretamente para a Lua, sem preocupações, pois, ao contrário de um eclipse solar, não há riscos para os nossos olhos. Mas quem tiver binóculos ou luneta, e o tempo ajudar, terá uma visão melhor.
"Eventos como os eclipses lunares são oportunidades maravilhosas para despertar a curiosidade das pessoas sobre o espaço. Eles permitem que qualquer pessoa, sem a necessidade de quaisquer equipamentos, observe fenômenos astronômicos e compreenda melhor a dinâmica entre a Terra, o Sol e a Lua, sendo uma ótima oportunidade para divulgar a ciência e a astronomia", diz a astrônoma.
Como costuma fazer, o Observatório Nacional fará a transmissão ao vivo do eclipse em seu canal no Youtube. Quem estiver em um local com o céu encoberto, por nuvens ou poluição, terá mais essa oportunidade de acompanhar o espetáculo.