As questões, basicamente, podem ser resumidas em duas principais: se o Banco Master estava prestes a quebrar e se ainda está.
Até o momento, as informações públicas que se têm sobre o caso ainda não são suficientes para uma conclusão.
Mas, para quem possui títulos do Master, o que se pode afirmar é que, mesmo se o banco quebrar, o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) tem dinheiro suficiente para reembolsar todos os investidores, dentro dos limites previstos.
Nunca ultrapasse o limite do FGC
Quem acompanha minha coluna aqui no UOL e meus conteúdos no Instagram sabe que, se for para investir em títulos de bancos médios, só vale a pena se você não ultrapassar o limite de R$ 250 mil por instituição. Pois, até esse valor, o FGC reembolsa os investidores em caso de insolvência do banco financeira.
Logo, se você tem títulos do Master que, juntos, não ultrapassem R$ 250 mil, não é preciso se preocupar. Em caso de calote do banco, o FGC lhe pagará o valor aplicado mais os juros acumulados.
Já se você possui um valor acima desse limite, somando o investimento inicial e os juros, receberá o reembolso de apenas R$ 250 mil em caso de calote.
Qual o risco de quebrar?
Infelizmente, ninguém tem essa resposta hoje. E, infelizmente de novo, qualquer banco, não importa o tamanho ou a saúde financeira, corre risco de quebrar se a sua credibilidade for fortemente afetada.
Os bancos tomam dinheiro emprestado dos investidores (por exemplo, quando você aplica em um CDB), pagando juros baixos, e empresta o valor para pessoas e empresas, cobrando juros mais altos. Na diferença entre os juros recebidos e os pagos, o banco ganha dinheiro.
O caso do Master é que ele assumiu risco alto nessas duas pontas. O banco paga bem para quem investe nos seus CDBs. Ou seja, tem alto custo com juros. Ao mesmo tempo, empresta seu dinheiro em operações de alto risco.
O patrimônio do Master equivale a 11,51% dos seus ativos de risco, muito perto do mínimo exigido pelo Banco Central, que é de 10,5%. Em geral, bancos do mesmo porte se mantêm em um patamar mais alto nesse indicador, em torno de 15% ou mais.
Em 2025, o Master tem que pagar R$ 16 bilhões a investidores, somando todos os CDBs e outras obrigações que vencem até dezembro. Para isso, segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o banco pode precisar vender parte dos seus ativos.
O que fazer?
Diante desse cenário, quem não quer correr riscos não deve, na minha visão, investir em um CDB do Master neste momento. Vamos esperar o desenrolar da possível compra de parte do banco pelo BRB. É possível que a compra reduza bastante o risco desses títulos.
Para quem tem CDBs ou quaisquer títulos emitidos pelo Master, e o valor soma menos de R$ 250 mil, o ideal também é aguardar. Se você tentar vender os papéis agora, antes do vencimento, pode ter um prejuízo desnecessário, pois, de qualquer maneira, você está protegido pelo FGC.
Mas, se você possui mais de R$ 250 mil em ativos desse banco, verifique se seus títulos têm liquidez diária. Se eu tivesse, nesse momento, papéis do Master com liquidez, solicitaria o resgate antecipado.
Caso você esteja acima dos R$ 250 mil em títulos do banco sem liquidez diária, você tem duas opções: tentar vender seus papéis no mercado secundário, correndo risco de ter uma perda, ou aguardar para ver o que ocorre. Eu, nessa situação, aguardaria, pois com as informações disponíveis hoje, incluindo a possível compra pelo BRB e vendo o Banco Central acompanhar o caso de perto, acredito haver mais chance de a situação se resolver do que de ocorrer uma insolvência.
Alguma dúvida?
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Reportagem
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