Sou inocente, diz suspeito de matar CEO de seguradora em Nova York

há 3 dias 1

O suspeito de matar o CEO da United Healthcare, Brian Thompson, afirmou ser inocente durante audiência no Supremo Tribunal do Estado de Nova York nesta segunda-feira (23).

Luigi Mangione, de 26 anos, respondeu nesta segunda por 11 crimes que foram denunciados pelos promotores estaduais de Nova York: assassinato em primeiro grau, ofensa relacionada ao terrorismo, duas variações de assassinato em segundo grau e acusações de porte de armas.

Ele também foi indiciado por cinco crimes pelos promotores federais de Nova York (assassinato com uso de arma de fogo, duas acusações de perseguição e uma ofensa relacionada a armas) e mais cinco delitos na Pensilvânia (portar arma sem licença, falsificação, identificar-se falsamente às autoridades e possuir "instrumentos de crime").

Na semana passada, Mangione já havia afirmado ser inocente no tribunal federal de Nova York. Nesta segunda, ele entrou na sala do tribunal para sua audiência vestindo um suéter bordô e calças claras. Seus pulsos e tornozelos estavam algemados.

A advogada do suspeito, Karen Friedman Agnifilo, disse ao juiz que estava preocupada com o direito de seu cliente a um julgamento justo. "Seus direitos estão sendo violados", afirmou. "Ele é um jovem e está sendo tratado como uma bola de pingue-pongue humana", disse a advogada, apontando para os casos federais e estaduais e seus argumentos divergentes.

Ela também descreveu a caminhada de Mangione após sua extradição para Nova York na semana passada, durante a qual foi acompanhado pelo prefeito Eric Adams, como "desnecessária" e "totalmente política".

"O que o prefeito de Nova York estava fazendo nesta coletiva de imprensa?", questionou Friedman, acrescentando que Adams, que enfrenta acusações de suborno e fraude, "deveria saber mais do que ninguém sobre a presunção de inocência".

Ela apontou para várias declarações que Adams fez publicamente sobre o caso, incluindo que ele queria olhar Mangione nos olhos e dizer "você cometeu este ato terrorista na minha cidade". A defensora observou que o prefeito não usou a palavra "suposto".

Promotores estaduais disseram em documentos judiciais que as ações de Mangione tinham a intenção de promover o terrorismo e foram "destinadas a intimidar ou coagir uma população civil" e "afetar a conduta de uma unidade governamental por meio de assassinato".

Espera-se que o caso estadual vá a julgamento antes do federal, disse o procurador-geral interino do Distrito Sul, Edward Y. Kim, e os promotores estaduais disseram que coordenariam com agências federais. Mangione deve voltar ao tribunal estadual em 21 de fevereiro.

O assassinato do CEO Brian Thompson renovou um debate sobre o sistema de saúde americano. Muitos recorreram às redes sociais para expressar suas frustrações em seus relacionamentos com as seguradoras e suas práticas de negar reivindicações. Mangione tornou-se, para alguns, um herói popular.

Espectadores se reuniram na rua sob uma temperatura de -11,6°C às 6 da manhã, esperando entrar na sala do tribunal. Um pequeno grupo de manifestantes podia ser visto do lado de fora antes do início da audiência, e ele cresceu um pouco até o final. Alguns deles gritavam: "Libertem Luigi!"

Thompson estava caminhando para a entrada do hotel Hilton no centro de Manhattan na manhã de 4 de dezembro para uma reunião com investidores quando um atirador mascarado e encapuzado abriu fogo atrás dele. Ele foi baleado uma vez nas costas e uma vez na perna.

As autoridades disseram que foi Mangione quem esperou quase uma hora do lado de fora do hotel naquela manhã e levantou uma pistola de 9 mm impressa em 3D equipada com um silenciador e atirou em Thompson.

Folha Mercado

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Mangione foi preso após uma busca de cinco dias. Ele foi visto comendo batatas em um McDonald's em Altoona, na Pensilvânia, por um cliente que comentou com um amigo que ele parecia a pessoa nas fotos divulgadas pelo Departamento de Polícia de Nova York. Um funcionário ouviu a conversa e alertou a polícia.

Ele foi encontrado com uma pistola, um silenciador, munição e uma carteira de identidade falsa, além de um manifesto manuscrito no qual parecia assumir a responsabilidade pelo tiroteio, disseram as autoridades. O manifesto também indicava que ele via o assassinato como um desafio direto à "corrupção" e aos "jogos de poder" da indústria de saúde.

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