Aracaju
O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo enviou nesta terça (7) para a corregedoria da polícia civil de São Paulo e a secretaria de Segurança Pública do governo do estado, para pedir investigação rigorosa e punição ao policial que ameaçou a jornalista Natuza Nery, da Globo, no último dia 30 de dezembro.
No ofício, o sindicato cita levantamento realizado pela Coalizão em Defesa do Jornalismo (CDJor) nas eleições de 2024, em que Natuza ocupa a sétima posição entre os jornalistas mais atacados na rede social X (antigo Twitter) e a quinta posição no Instagram.
Além disso, o sindicato indicou que Natuza já vem sofrendo outros tipos de violência após o caso, em redes sociais, com ameaças de pessoas que apoiam o governo paulista. Uma punição neste sentido seria exemplar, na visão da entidade.
"Absolutamente inadmissível que um agente da lei contribua de qualquer maneira para criar desassossego para uma profissional que diuturnamente já sofre na pele as agruras dos ataques pessoais nas redes sociais", destaca o documento.
A ameaça contra Natuza Nery aconteceu em um supermercado em Pinheiros, em São Paulo. No boletim de ocorrência, o policial foi identificado como Arcenio Scribone Junior. Ele disse atuar como investigador. À polícia, ele negou a acusação. Mesmo assim, foi afastado de suas funções.
De acordo com o boletim de ocorrência, o policial, que fazia compras no mesmo local, se aproximou da jornalista perguntando se ela era a Natuza Nery da GloboNews. Na sequência, disse que ela e a empresa para a qual trabalha são responsáveis pela situação do país e que pessoas como a jornalista "merecem ser aniquiladas".
Em outro momento, quando o homem já estava no caixa, ele passou a xingar Natuza. Uma mulher que estava com o policial pedia para que ele parasse com os ataques, dizendo que a jornalista só fazia o trabalho dela, segundo relato de pessoas próximas.
O caso atraiu a atenção de várias pessoas. A Polícia Militar foi acionada e esteve no local. Inicialmente, o caso começou a ser registrado no 14º Distrito Policial, com todos os envolvidos presentes.
Posteriormente, o acusado foi identificado como policial civil, e a Corregedoria assumiu as investigações. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública estadual afirma que "diligências foram realizadas no supermercado em busca de imagens do ocorrido e de eventuais testemunhas".