As empresas que competem para construir grandes fazendas solares em todo os Estados Unidos estão enfrentando um problema crescente: não há trabalhadores suficientes. Agora, eles estão recorrendo aos robôs para obter ajuda.
Na terça-feira (30), a AES Corp., uma das maiores empresas de energia renovável do país, apresentou um robô inovador que pode carregar e instalar os milhares de painéis pesados que normalmente compõem uma grande matriz solar. A AES disse que seu robô, apelidado de Maximo, eventualmente seria capaz de instalar painéis solares duas vezes mais rápido do que os humanos e a metade do custo.
Com aproximadamente o tamanho de uma caminhonete, o Maximo possui um braço extensível grande que usa ventosas para pegar os painéis solares um por um e colocá-los cuidadosamente em fileiras, usando inteligência artificial e visão computacional para posicioná-los corretamente.
Depois de meses de testes, a AES colocará o Maximo para trabalhar no deserto da Califórnia ainda este ano para ajudar a instalar painéis no maior projeto de energia solar e bateria em construção, destinado a alimentar os centros de dados da Amazon. Se tudo correr bem, a empresa pretende construir centenas de robôs semelhantes alimentados por IA.
Folha Mercado
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É parte de uma tendência crescente: as empresas de energia querem usar a automação para superar a escassez de trabalhadores, reduzir custos e acelerar a construção de grandes fazendas solares, que tradicionalmente foram muito intensivas em mão de obra. Sem mudanças drásticas, essas empresas dizem que será impossível implantar energia solar rápido o suficiente para combater o aquecimento global e atender à crescente necessidade de eletricidade do país.
"Estamos vendo escassez de mão de obra em projetos de construção nos Estados Unidos, e isso é um gargalo para a expansão das fazendas solares", disse Andrés Gluski, CEO da AES. "Então, como contornar isso? Bem, os robôs podem trabalhar 24 horas, certo? Os robôs podem pegar painéis solares de 80 libras, sem problemas."
A demanda por energia solar deve crescer astronomicamente na próxima década, graças à queda nos custos dos painéis, centenas de bilhões de dólares em subsídios federais e ao crescente interesse das empresas de tecnologia em garantir eletricidade livre de carbono para seus centros de dados. Segundo algumas estimativas, o país precisará de 475.000 trabalhadores solares até 2033, quase o dobro do número atual.
A AES espera eventualmente implantar centenas de robôs. Gluski destacou que a AES foi uma das primeiras empresas a alimentar energia de baterias de íon de lítio na rede elétrica, uma prática que começou lentamente, mas desde então se tornou generalizada. "Há uma curva de aprendizado, como em todas as novas tecnologias", disse ele.