Selic a 12,25%? Por que para XP e Goldman o BC deve subir juros em 1 p.p. nesta 4ª

há 4 meses 7

A próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) que será conhecida amanhã, a partir das 18h30, traz expectativa não só de mais uma alta da Selic, mas de uma aceleração no ritmo de aperto monetário.

Por enquanto, as apostas se consolidam em torno de um avanço de 0,75 ponto percentual (p.p.), segundo mostrou o último Boletim Focus, mas há quem considere que, após o IPCA divulgado nesta terça-feira (10), o BC poderá optar por uma dose mais alta.

Mesmo antes da divulgação do IPCA, a XP já defendia que a deterioração das expectativas inflacionária desde a última reunião do Copom justificava uma alta de 1 p.p., tese que foi reforçada após o dado mostrar queda na qualidade da inflação, com pressão sobre serviços e alimentos.

“A conjuntura parece suficientemente aguda para que o Copom opte por um movimento mais intenso, pelo menos em dezembro. A nosso ver, a elevação da taxa Selic em 1,00 p.p. contribuiria para estabilizar os preços dos ativos financeiros – especialmente a taxa de câmbio – e reforçar inequivocamente o compromisso do Copom com inflação baixa”, afirma o time de economia da XP.

A análise também espera que o comunicado que acompanha a decisão mantenha o alerta sobre o fiscal, ressaltando a importância de uma “política fiscal crível”. O caminho para isso seria, na visão dos analistas, o aprimoramento e aprovação das medidas recentemente apresentadas. Sobre eventuais sinalizações, a XP antecipa que o comunicado deverá manter opções abertas, tanto em relação ao ritmo quanto à magnitude dos próximos movimentos na política monetária.

“Desta vez o comitê poderia optar por deixar claro que este ritmo de elevação de juros já é suficientemente elevado, com o objetivo de evitar que os mercados especulem acerca de movimentos ainda mais intensos em janeiro. A propósito, concordamos com esta visão de que o passo de 1,00 p.p. já seria suficientemente forte”, sustenta a XP.

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O Goldman Sachs também sugere que haverá alta de 1 ponto percentual. A análise justifica a expectativa por alguns fatores, como o forte crescimento acima da tendência, o cenário de mercado de trabalho mais apertado, a intensificação de preços entre os serviços e a deterioração das expectativas de inflação.

“Embora ainda avaliemos uma probabilidade razoável (40%) de que o banco central acelere para ‘apenas 75 pontos base’, dada a precificação atual do mercado, isso provavelmente seria percebido como uma escolha dovish e uma oportunidade perdida de se antecipar”, afirma o Goldman.

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