1 - Selecionar 'P' ou 'R' com carro em movimento
Ao manobrar, na pressa, é comum o condutor selecionar a opção "R" (ré) com o veículo ainda se movimentando para a frente. Ou acionar "P" (estacionamento), que trava as rodas motrizes, antes de o carro parar completamente.
Mesmo que a "barbeiragem" aconteça a baixa velocidade, com o tempo vai danificando componentes da transmissão automática, como engrenagens - destaca o engenheiro Cláudio Castro, da SAE Brasil.
"O risco é maior em câmbios mais antigos, cujas posições são acionadas mecanicamente. Modelos mais recentes são equipados com um controle eletrônico que impede acionar a ré ou a posição de estacionamento com o veículo ainda se movimentando", pontua.
2 - Colocar câmbio em neutro ao parar no semáforo
Motoristas acostumados com veículos manuais têm o hábito de colocar o câmbio em ponto morto ao parar no semáforo ou em congestionamentos.
A prática está correta, pois assim o condutor deixa de manter o pedal da embreagem pressionado durante a parada, preservando o componente.
Contudo, em carros automáticos, a recomendação é outra: o correto é manter o câmbio na posição "D" e o pé no pedal do freio.
"Mantenha na posição "D" com o pé no freio, pois isso mantém o sistema hidráulico pressurizado e os componentes lubrificados. A lubrificação de muitas transmissões automáticas depende da respectiva conexão com as rodas", ensina Castro.
Camilo Adas, também da SAE Brasil, acrescenta que função "N" (neutro) foi criada para situações de manutenção, quando é preciso rebocar o veículo ou movimentá-lo com o motor desligado, liberando as rodas de tração.
Vale destacar que alguns carros trazem tecnologia que desacopla automaticamente o câmbio, inclusive com o veículo em movimento, para poupar combustível.
3 - 'Segurar' veículo na lomba com acelerador
Um erro comum em carros manuais é manter o veículo parado no aclive dosando os pedais da embreagem e do acelerador. A prática detona a embreagem e, se for recorrente, fará com que o item tenha de ser trocado prematuramente.
Automóveis automáticos também são capazes de permanecer parados na lomba sem a necessidade de o condutor acionar os freios: dependendo da inclinação da via, a marcha lenta já é suficiente para "segurar" o carro. Em outros casos, basta colocar uma leve pressão no pedal do acelerador para isso acontecer.
Ainda que veículos automáticos convencionais utilizem conversor de torque, que não sofre desgaste mecânico como a embreagem, mantê-los parados da forma descrita acima é uma "barbeiragem".
"Usar a marcha lenta ou a aceleração para 'segurar' o carro esquenta o óleo da transmissão e aumenta o consumo de combustível sem necessidade", alerta Castro.
O especialista recomenda manter o pé no freio sempre que o carro estiver parado, como em semáforos, independentemente da inclinação da via.
"Dessa forma, o conversor de torque é desacoplado e o motor fica livre, sem gastar combustível".
4 - Fazer motor pegar 'no tranco'
A bateria arriou? Em veículos equipados com câmbio manual, a saída é fazer o motor pegar "no tranco", ou seja: virar a chave de ignição, engatar a segunda marcha, "embalar" o carro e soltar suavemente o pedal de embreagem.
A tática não está livre de riscos, especialmente se a correia dentada se romper: nesse caso, a possibilidade de danificar uma ou mais válvulas é grande.
Existem carros automáticos que, em tese, também podem "pegar no tranco". No entanto, a prática deve ser evitada.
Dependendo do modelo de câmbio automático, o motor pode ligar ao posicionar o seletor em "N" e colocar em "D" ou "2" quando o veículo atingir uma velocidade de aproximadamente 20 km/h.
Ao mesmo tempo, o "tranco" força componentes e, se for realizado de forma recorrente, as chances de dor de cabeça aumentam - e muito.
"Se a bateria ficar descarregada, o recomendado é fazer a 'chupeta' ou recarregá-la usando aparelho específico para este fim. Se a bateria já não retiver a carga, aí será necessário trocá-la por uma nova", recomenda o engenheiro Edson Orikassa.
5 - Dirigir automático como se não houvesse amanhã
Muitos acreditam que o câmbio automático não requer manutenção preventiva e essa crença pode gerar prejuízos pesados lá adiante.
Transmissão automática tem engrenagens e outras peças que precisam estar bem lubrificadas, da mesma forma como acontece em veículos manuais.
As especificações e os prazos para a troca do fluido são indicados no manual do veículo e devem ser respeitados. O serviço, inclusive, pode ser antecipado, dependendo das condições de uso do automóvel.
Vale destacar que alguns modelos não trazem a recomendação de troca de óleo, que supostamente dura por toda a vida útil do veículo.
No entanto, isso não significa que a transmissão automática está livre de problemas de lubrificação.
"Pode acontecer algum vazamento, o que reduz o nível do lubrificante, elevando o atrito entre partes internas e elevando a temperatura, que é uma grande vilã quando se trata de carros automáticos", alerta Edson Orikassa.
O especialista destaca que, além da redução no nível, o óleo pode receber algum tipo de contaminação por agentes externos, o que reduz a sua eficiência.
"Vale verificar o óleo durante as revisões. Se apresentar uma aparência escurecida, isso pode sinalizar que já não apresenta as características necessárias de lubrificação.
Problemas com o óleo apresentam sintomas comuns, como trancos na troca de marchas. A transmissão também pode "patinar", ou seja, ao acelerar o carro demora alguns instantes para tracionar as rodas.
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