Estudos apontam que é preciso investir no material humano e empresa em São Paulo é premiada por política de incentivos
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As cobranças e a competitividade do mundo corporativo podem desencadear burnout, ansiedade e estresse
De acordo com uma pesquisa da Ipsos, a preocupação do brasileiro com a saúde mental triplicou de 2018 a 2022 e isso não aconteceu somente aqui, mas no mundo inteiro. Um estudo da Associação Americana de Psicologia revelou no meio deste ano, que os profissionais tem como prioridade o bem-estar psicológico ao trabalhar em uma empresa, ou seja, cada vez mais, as pessoas se dão conta da importância de manter o equilíbrio em diversas áreas da vida. Um relatório da plataforma de contratação Monster afirma que a maioria (79%) dos profissionais prioriza seu bem-estar no trabalho em relação a uma promoção (43%) ou um aumento salarial (36%).
Essa é uma tendência natural principalmente após o período de pandemia, em que a sociedade em geral foi obrigada a refletir sobre valores, gestão de tempo e sobre a própria sobrevivência. “Cuidar da saúde mental dos colaboradores deixou de ser apenas um diferencial competitivo para se tornar uma necessidade estratégica dentro das corporações e isso é representado através de números que vemos diariamente sendo noticiados pela mídia em geral”, explica a psicanalista Cintia Castro.
De acordo com a especialista, a própria mudança da rotina de trabalho com muitas companhias optando pelo home office foi um novo desafio enfrentado por empregadores e empregados, sem falar ainda, na recuperação econômica que veio após o término do isolamento. “A realidade corporativa, marcada por metas desafiadoras, cobranças constantes e alta competitividade, é um terreno fértil para o surgimento de questões como estresse, ansiedade e burnout. Ignorar esses sinais pode levar a uma queda significativa na produtividade, aumento do turnover e afastamentos frequentes por problemas de saúde. Contudo, ao incorporar a saúde mental como um pilar estratégico, as organizações podem transformar esses desafios em oportunidades de crescimento e inovação”.
Para Ubirajara Padilha, CIO do Grupo BGB/IT Lean, essa realidade é uma preocupação constante de sua gestão desde a fundação da marca. Tanto que a empresa foi reconhecida como a segunda melhor empresa de tecnologia do país para se trabalhar por suas práticas de gestão de pessoas na 19ª Edição do ranking de melhores empresas de TI pela Great Place to Work (GPTW).
“São muitas as variáveis que compõe a qualidade de relações em uma empresa, mas o compromisso com o desenvolvimento humano e gestão de pessoas talvez seja o nosso maior diferencial. Tenho orgulho em afirmar que aqui as pessoas trabalham felizes, comprometidas e realizadas e para quem atua no mundo corporativo, trabalhar com mais segurança, de maneira afinada com os ideais e sabendo que a empresa investe em suas qualidades e potenciais, é um ponto muito importante para qualquer colaborador. Além de manter um ambiente de trabalho mais saudável, agradável e sempre otimista em relação ao mercado, isso faz toda a diferença”, opina.
Empresas premiadas geralmente têm uma capacidade apurada de escutar seus colaboradores, seja através de pesquisas de clima organizacional, feedbacks regulares ou canais de comunicação abertos. “Esse olhar atento para as necessidades individuais e coletivas cria um ambiente que promove a satisfação, o bem-estar onde os indivíduos se sentem valorizados, além dos sentimentos de pertencimento e engajamento. Essas organizações, ainda tem um cuidado especial com a gestão investindo em lideranças que compreendem a dinâmica humana, evitando discursos autoritários e estimulando a cooperação, ou seja, essas empresas frequentemente se destacam por entenderem que o sucesso não se baseia apenas em metas financeiras, mas também nas relações humanas, saudáveis e na valorização das pessoas”, complementa Cintia.
A IT Lean atua com prestação de serviços na área de tecnologia e, além de fazer diferença na gestão de seu time, é comprometida com questões sociais já que mantém o Programa IT Lindos, que está na sua quarta turma, e capacita pessoas, em situação de vulnerabilidade socioeconômica, em tecnologias de programação, com direito a salário e benefícios como alimentação e transporte para que possam se dedicar aos estudos de forma integral e digna.
“Procuramos envolver todos os nossos colaboradores, assim eles se sentem valorizados e tendem a compartilhar ideias e inovações, levando a um clima organizacional que favorece a criatividade e a colaboração. Esse movimento impacta diretamente na retenção de talentos, reduz o absenteísmo e o risco de burnout, como também aumenta a produtividade e a satisfação no trabalho. Um colaborador mentalmente saudável é mais capaz de lidar com os desafios e adversidades, criando um ambiente de trabalho mais colaborativo e resiliente. Além disso, o fato de promovermos discussões sobre saúde mental de forma muito séria e aberta ajuda a reduzir estigmas e incentiva todos a buscar apoio quando necessário”, explica Padilha.
Dentre os benefícios criados pela empresa, estão a escuta terapêutica, meditação, rodas de conversa, conforto financeiro (com empréstimo para emergências); apoio psicológico quando necessário, café da manhã e da tarde, dentre muitos outros. A pedido do portal Jovem Pan, o empresário Ubirajara Padilha enumera os três passos para o sucesso nos negócios:
– Seja uma empresa onde as pessoas gostariam de fazer parte: “Desde sempre o mercado enfrenta uma grande lacuna entre oferta e demanda de profissionais qualificados. Portanto existe dificuldade em atrair e reter esses colaboradores, seja por salários inflacionados ou maior rotatividade. Para evitar isso crie programas de desenvolvimento interno e invista em treinamentos para formar talentos, além de oferecer benefícios competitivos e diferenciados”.
– Não perca talentos: “Com a saída de pessoas, perdemos também conhecimento acumulado na equipe e aumento dos custos de recrutamento e treinamento. Criar uma cultura organizacional forte e engajadora é a chave de sucesso para combater essa questão, e para isso sugiro investir no bem-estar dos colaboradores, reconhecimento e planos de retenção”.
– Invista na cultura de inovação: “Mantenha um ambiente competitivo com espaços para ideias e experimentações, além de reconhecer e recompensar iniciativas inovadoras”.