Saiba como se proteger dos efeitos do ar seco e poluído por fumaça e fuligem

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Fuligens, fumaça, tempo seco e baixa umidade relativa do ar, situações enfrentadas em muitas cidades do interior paulista, agravam condições respiratórias como asma e bronquite, e podem afetar também pessoas que não têm problemas respiratórios crônicos.

A fuligem, composta por substâncias tóxicas como monóxido de carbono e óxidos de nitrogênio, irrita as vias respiratórias e pode reduzir a função pulmonar. Também aumenta o risco de câncer de pulmão e doenças cardíacas.

O tempo seco e a baixa umidade relativa do ar desidratam as vias aéreas, tornando-as mais suscetíveis a infecções e irritações. Isso pode causar tosse seca, desconforto respiratório e agravar condições alérgicas.

Essas situações levaram a uma alta de 60% dos atendimentos nas UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) de Ribeirão Preto neste sábado (24).

Saiba como essas condições ambientais prejudicam a sua saúde e como minimizar os efeitos desses problemas.

De que forma as queimadas e o ar seco afetam a saúde?

Partículas finas, como as fuligens, e gases poluentes, como o dióxido de enxofre e o óxido de nitrogênio, irritam as vias respiratórias, assim como a umidade pode ressecá-las, causando irritação, tosse seca e desconforto. Isso pode também exacerbar doenças respiratórias preexistentes, como asma, bronquite e outras doenças pulmonares.

Por que as mucosas nasais são as mais afetadas?

Elas exercem funções primordiais para a nossa respiração: umedecem e filtram o ar que entra. Uma baixa umidade associado ao ar muito poluído faz com que mucosa perca líquido e se desidrate e permita que uma quantidade de poluentes chegue até o pulmão, causando inflamações na região pulmonar.

Esses danos pioram de acordo com o tempo de exposição?

Sim. Quanto mais tempo se respira esse ar poluído, pior fica o quadro de saúde. Mas é possível ter alterações agudas no pulmão respirando apenas um dia esses poluentes, dependendo da quantidade.

O que fazer para minimizar o desconforto do ar seco e cheio de fumaça?

As principais medidas são: muita hidratação, lavagem da mucosa nasal com soro fisiológico e o uso de umidificador de ar.

Posso usar o umidificador o tempo todo ou há algum risco?

O umidificador pode ser usado durante dia todo sem ressalvas, mas à noite há uma redução da umidade do ar. Se o umidificador ficar muito tempo ligado, próximo à parede, a umidade pode infiltrar e gerar mofo. Também é muito importante fazer higienização correta do aparelho.

O uso de soro fisiológico é recomendado?

Sim. Ele é um grande aliado na hidratação das mucosas e para combater o efeito do seco e remover as sujeiras que ficam na região nasal e podem levar a um quadro inflamatório.

Usar máscaras também pode ajudar?

Sim. A máscara é um método de barreira importante. Ao colocá-la, você evita que poluentes, principalmente o material particulado lançado pelas queimadas, entrem na vias aéreas.

A nebulização, especialmente para crianças, é indicada?

A nebulização com soro fisiológico serve para umedecer as vias aéreas. Mas as pessoas que já têm doenças respiratórias, como asma, precisam ter um pouco de cuidado porque a nebulização excessiva pode causar irritabilidade. É mais recomendável usar a lavagem nasal e a hidratação.

O uso de ar-condicionado é indicado nessa época de calor, ar seco e poluído?

O ar-condicionado ajuda a tirar ainda mais a umidade do ar. O ideal é associar o ar-condicionado a um umidificador de ambiente.

Se eu não tiver um umidificador, qual a alterativa?

São indicadas medidas caseiras como toalhas molhadas nas janelas e baldes de água no ambiente.

Em situações de muita fumaça no ar, o ideal é deixar a casa fechada ou aberta para o ar circular?

Com essa fumaça provocada pelas queimadas, o ideal é deixar a casa fechada. As queimadas liberam uma série de materiais particulados no ar. Além sujeira, ao abrir a casa, esse material que está no ar entra pela janela também.

Pessoas que têm problemas respiratórios crônicos precisam ter mais cuidados?

Sim. Pessoas com asma, bronquites e processos alérgicos são as que mais sofrem. Além das medidas como hidratação, lavagem nasal constante e uso do umidificador, essas pessoas precisam manter o tratamento regular da enfermidade.

Fontes: Luiz Renato Alves, pneumologista, e Jane Cristina, secretária da Saúde de Ribeirão Preto

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