Outros dois investimentos seguros que são isentos de IR são a LCA e a LCI. Em algumas corretoras, é possível encontrar essas opções com rentabilidade de 100% do CDI e liquidez diária, ou seja, possibilidade de resgatar a qualquer momento.
Nesse caso, a rentabilidade fica em 10,4% ao ano. Para um investimento de R$ 1.000, trata-se de um ganho de R$ 104 após 12 meses.
Porém, o ideal ao calcular o retorno de um investimento é descontar a inflação. Se considerarmos uma inflação de 4% ao ano, o rendimento real da poupança ficaria em 3%, e o da LCA ou LCI, em 6,2% ao ano. Dessa forma, descontando a inflação, o ganho real de um investimento de R$ 1.000 ficaria em R$ 30, e o da LCA ou LCI, em R$ 62.
Médio prazo
Deixando os R$ 1.000 nesses mesmos investimentos por três anos, o rendimento nominal (sem descontar a inflação) ficaria em R$ 228 na poupança e R$ 346 na LCA ou LCI.
Já o retorno real (descontando a inflação) ficaria em R$ 92 na poupança e R$ 196 na LCA ou LCI. Para algumas pessoas, a diferença pode parecer irrisória. Afinal, R$ 196 em três anos daria menos de R$ 6 por mês.
No entanto, quando pensamos em valores maiores, a vantagem da LCA e da LCI começa a se tornar significativa. Para um investimento de R$ 50 mil, por exemplo, o rendimento real da poupança ficaria em R$ 4.596, enquanto o da LCA ou LCI atingiria R$ 9.810, ou seja, mais de R$ 5.000 de diferença.
Longo prazo
Para prazos maiores, podemos incluir na comparação os fundos de investimento imobiliário (FIIs). Hoje, é possível obter um retorno de 9% ao ano em diversos FIIs. Em um período de dez anos, o retorno real de uma aplicação de R$ 1.000 ficaria em R$ 341 na poupança, R$ 817 na LCA ou LCI e R$ 1.367 em um FII com aquela taxa de retorno.
Veja que, quando falamos em longo prazo, a diferença entre as aplicações se torna enorme. Se for um investimento de R$ 50 mil, o rendimento real em dez anos ficaria em R$ 17 mil na poupança, R$ 41,8 mil na LCA ou LCI e R$ 68,3 mil em um FII. A diferença entre o primeiro e o último seria de mais de R$ 50 mil.
Imposto de Renda em fundos imobiliários
No caso dos fundos imobiliários, existem duas formas de ganhar dinheiro, e só uma é isenta de IR. Os FIIs costumam depositar um valor todos os meses na conta do investidor. Esse valor, chamado de "provento", "rendimento" ou "dividendo", é isento.
Além disso, você pode ganhar dinheiro com FII vendendo uma cota por um preço mais alto do que a compra. Esse tipo de lucro é chamado de "ganho de capital" e tem um IR de 20%. Nas simulações acima, considerei apenas a rentabilidade dos FIIs em proventos, que são isentos.
Riscos
Tanto a poupança quanto a LCA e a LCI são investimentos protegidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Isso quer dizer que, se o banco emissor desses investimentos quebrar, o FGC reembolsa o valor aos investidores pessoas físicas, até o limite de R$ 250 por instituição financeira. Caso você tenha R$ 500 mil divididos igualmente em dois bancos diferentes, se ambos quebrarem, o FGC reembolsa tudo para você.
Mas existe também o limite total de R$ 1 milhão. Então, se você tiver R$ 1 milhão dividido em quatro bancos, cada um com R$ 250 mil, o FGC reembolsa todo o valor, mesmo se as quatro instituições quebrarem. Acima desse valor, no entanto, o prejuízo é seu.
Já os fundos imobiliários são investimentos de renda variável, que, além de não terem proteção do FGC, podem variar muito mais. Os ganhos da poupança, da LCA e da LCI não são 100% previsíveis. Podem variar em relação às projeções que fiz acima, de acordo com o que acontecer com a inflação e com a taxa de juros do país.
Mas, no caso dos FIIs, essa variação pode ser muito maior. Alguns fundos chegaram a registrar perdas de mais de 50% em menos de um ano.
FIIs podem ser muito interessantes para quem conhece os riscos e sabe controlá-los. Eu mesmo deixo uma parte considerável dos meus investimentos em FIIs. Porém, antes de aplicar, sugiro que estude bem esse segmento e comece com pouco dinheiro.
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Reportagem
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