Quaest: aprovação de Lula oscila para 52% após anúncio de medidas fiscais

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A poucos dias de completar dois anos de gestão desde que retornou ao Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem seu trabalho aprovado por 52% e reprovado por 47% dos eleitores brasileiros, segundo nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (11).

O resultado do levantamento, realizado entre os dias 4 e 9 de dezembro, indica quadro de estabilidade na avaliação da atual administração, apesar dos anúncios relevantes dos últimos dias — seja de medidas de ajuste fiscal que mudam o desenho de programas sociais, seja da promessa reforçada de isentar da cobrança de Imposto de Renda Pessoa Física contribuintes que ganham até R$ 5 mil por mês — e da onda de pessimismo dos mercados, que fez o dólar e as curvas de juros futuros dispararem.

O resultado de dezembro representa uma oscilação positiva de 1 ponto percentual na aprovação ao trabalho de Lula em relação à rodada anterior da Genial/Quaest, de outubro. Desde que iniciou seu terceiro mandato, o petista tem oscilado em uma faixa estreita entre 50% e 60%, numa evidência do que tem sido interpretado na ciência política como cristalização de um ambiente de polarização.

A desaprovação ao trabalho de Lula, por outro lado, teve flutuações maiores e agora está em seu maior patamar desde sua volta ao poder, quando o índice se situava no vale de 28%. Com a oscilação de 2 p.p. entre outubro e dezembro, o nível de insatisfação com a atual gestão retomou marca observada em maio.

Nos grupos populacionais, chama atenção o crescimento da reprovação entre os eleitores do Nordeste (de 26% em outubro para 32%), que mesmo assim se mantém com folga como o pilar de sustentação da popularidade de Lula e a única região em que a as avaliações positivas superam as negativas.

A reprovação também cresceu de forma significativa entre eleitores mais jovens, com idade entre 16 e 34 anos (de 43% para 50%), que representa 37% da amostra.

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A avaliação piorou entre eleitores de todos os recortes por faixas de renda feitos pela pesquisa. Entre aqueles cuja renda familiar mensal vai até 2 salários mínimos mensais, a reprovação consolidou movimento de alta, saindo da mínima de 26% de julho e retornando a 34% — 1 p.p. abaixo de seu pior desempenho.

Ela também oscilou positivamente 4 pontos entre aqueles que recebem entre 2 e 5 salários mínimos (de 46% em outubro para atuais 50%) e os com mais de 5 salários (de 57% para 59%, em seu maior patamar na atual administração).

Segundo a pesquisa Genial/Quaest, 46% dos eleitores brasileiros consideram que o país está indo na direção errada, ao passo que 43% pensam o contrário e veem com otimismo os rumos atuais. O levantamento mostra que nos últimos meses cresceu a percepção de mais notícias negativas do que positivas sobre o governo, chegando a uma distância de 9 pontos percentuais (41% a 32%), ante empate em 38% no levantamento de outubro.

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Entre os principais fatores negativos apontados estão uma piora da economia, aumento dos preços, uma percepção de piora da pobreza e o desemprego. Na sequência, aparecem a reforma tributária e aumentos de impostos. Já no campo positivo, as maiores menções foram ao Bolsa Família, seguido de referências positivas ao desempenho da economia e uma percepção de queda da inflação.

Pacote fiscal

A quinta rodada da pesquisa Genial/Quaest também testou a avaliação dos brasileiros sobre o pacote de ajuste fiscal anunciado recentemente pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

Segundo o levantamento, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil é aprovada por 75% dos eleitores. O índice de aprovação é superior a 70% entre os que votaram em Lula, em Bolsonaro e também entre os que votaram em branco, anularam ou se abstiveram. 61% dos entrevistados acreditam que serão beneficiados pela mudança, seja pessoalmente, seja através de alguém da família.

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A pesquisa constata que apenas 38% dos entrevistados já sabiam da parte do pacote relativa ao ajuste de gastos. Os demais 62% foram informados no momento da entrevista. Entre os que conheciam as medidas, 68% avaliam que elas não serão suficientes para melhorar as contas do governo.

Metodologia

Está foi a quinta e maior pesquisa já realizada pela Quaest para avaliação de governo durante a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foram 8.598 entrevistas presenciais feitas com eleitores entre os dias 4 e 9 de dezembro, que abrangem, além da avaliação nacional, a avaliação do governo pelos eleitores de seis estados: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Bahia e Pernambuco.

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