O pacto, porém, terá de passar pelo protecionismo da França, da resistência de Itália, Holanda e Polônia e da fragilidade de alguns de seus principais cabos eleitorais, como a Alemanha.
No UOL News, a professora explicou que o acordo ainda pode levar meses para ser concluído e destacou o temor que há nos bastidores devido à posição do presidente da Argentina, Javier Milei.
O acordo agora terá de passar por uma revisão legal e tradução, o que pode levar meses para ser realizado. Só então é que uma assinatura será feita. Há uma estratégia possível de dividir para facilitar esse processo, que é fazer a parte econômica e conseguir fazer entrar em vigor mais rapidamente.
E no caso da América do Sul, acho que vai ter menos resistência, mas sempre há um temor sobre como que o governo argentino pode trabalhar essa questão, perante a posição do Milei, sempre muito crítico ao Mercosul.
Denilde Holzhacker, cientista política e professora de Relações Internacionais
Milei tem feito críticas constantes ao Mercosul, bloco comercial fundado há mais de três décadas com Brasil, Paraguai e Uruguai. Mais cedo, por exemplo, ele afirmou que o bloco "acabou se tornando uma prisão" para seus parceiros e fez um apelo para que se buscasse "uma nova fórmula".
O Brasil tem uma expectativa de investimentos também nesse acordo. Então você tem vários negociadores, um ganha-ganha para as duas regiões, mas isso não significa que o protecionismo europeu, de setores muito fortes, grupos de interesse que têm capacidade de atuar, não possam levar novamente a uma paralisia e ou não aceitação do acordo.
Denilde Holzhacker, cientista política e professora de Relações Internacionais