Aves e suínos representam a maioria da produção de proteína animal no Rio Grande do Sul, os dois setores mais afetados pela catástrofe devido ao impacto em regiões que concentram a criação destes animais.
Os dois setores não participam da feira. Na edição de 2024, a participação de aves e pássaros na feira foi suspensa devido a foco da doença de Newcastle no estado. A decisão foi do Seapi (Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação). Suínos não são expostos desde 2007, também por questões sanitárias.
Perdas causadas pela chuva. Daniel de Souza Melo, que tem produção nos municípios de Tapes, Pelotas e Pedras Altas, com a Agropecuária Santa Eulália, enfrentou impactos em escalas diferentes nos três locais. Criador da raça Angus, na propriedade de Tapes, ele teve que fazer uma operação com trator para conseguir retirar parte do gado que ficou ilhado. Ele estima que o prejuízo só nessa área chegue a R$ 4 milhões.
Se perdeu pastagem, condição corporal nos animais e isso tem efeito nos índices produtivos como reabsorção e perdas embrionárias nas fêmeas gestantes, falta de crescimento através das categorias de recria. Esses animais vão custar um pouco mais a chegar ao peso de abate. E muita perda em produção vegetal, pastagens naturais ou artificiais.
Daniel de Souza Melo, produtor.
Prejuízo deve ser diluído nos próximos anos. ''É um impacto grande, mas a gente trabalha com uma integração lavoura e pecuária forte, nosso negócio é sólido. O prejuízo vai ser diluído em alguns anos'', avalia ele, que também produz arroz, soja e sorgo.
Clima continua impactando. Depois da catástrofe climática, que gerou impacto tanto por enchentes, quanto pelo excesso de chuvas registrado em várias regiões, o frio também tem afetado a recuperação de áreas. Produtores relatam, por exemplo, que em locais onde o pasto voltou a crescer recentemente, a geada o prejudicou de novo.