O MWC (Mobile World Congress) começa nesta segunda-feira (3) em Barcelona com mais olhos para a inteligência artificial e suas crescentes aplicações do que para assuntos tradicionais das telecomunicações.
Sob o tema "Convergir, conectar, criar", um dos maiores eventos de tecnologia do mundo reúne milhares de pessoas para discutir o futuro e promover a conexão entre empresas, especialistas e investidores.
A feira é organizada pela GSMA, entidade que congrega as teles, que espera superar com a edição deste ano os 101 mil participantes de 2024. A maior até agora foi a de 2019, com 109 mil.
Apesar de ter se tornado conhecido por seu olhar para o setor de telecomunicações, o MWC 2025 estará mais atento ao presente e ao futuro da IA do que a assuntos como 5G e relação com big techs.
A exceção será a tradicional abertura, na segunda, com presença da GSMA, Telefónica, Telenor e China Mobile. Mas todos os 11 palestrantes de destaque do evento, chamados de Iconic Thinkers (Pensadores Icônicos), abordarão algum aspecto da IA, em setores como mídia, saúde e economia.
"A mesma energia disruptiva que apareceu quando o setor de comunicação móvel explodiu pela primeira vez está de volta mais uma vez [com a IA]", disse John Hoffmann, CEO da GSMA, em prévia do evento realizada em janeiro.
Folha Mercado
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Ligados diretamente ao setor, estarão presentes Aravind Srinivas, CEO da Perplexity AI, umas das principais rivais da OpenAI, e Arthur Mensch, da francesa Mistral. Também haverá uma palestra com o futurista Ray Kurzweil, defensor da visão de que a tecnologia superará a inteligência humana até 2045.
Já as palestras de Jessica Sibley, CEO da Time, e da economista Keyu Jin, conectarão o tema às áreas de mídia e economia, respectivamente.
O lado feira do MWC estará representado por estandes de empresas de telecomunicações como Telefónica, Ericsson e Huawei; de dispositivos móveis, como Samsung, Xiaomi, Lenovo e Honor; de chips, AMD, Arm, Intel e Qualcomm; e de big techs, Meta e divisões do Google e da Amazon.
O governo brasileiro estará representado pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
Marcas chinesas costumam aproveitar o evento para anunciar ou demonstrar produtos recentes para o público global. A Xiaomi, por exemplo, deve exibir o smartphone topo de linha Xiaomi 15 Ultra, anunciado na quinta (27), e o carro elétrico SU7 Ultra. A Honor, que estreou no Brasil em janeiro, terá um evento neste domingo (2) para anunciar um agente de IA.
Tema deste ano, a convergência de visitantes do mundo inteiro no MWC também destaca o papel econômico do evento para a região.
John Hoffmann, da GSMA, disse que a feira deve gerar um impacto de 550 milhões de euros (R$ 3,3 bilhões) na economia da cidade catalã em 2025. Desde a primeira edição realizada em Barcelona, em 2006, o impacto estimado é de 7 bilhões (R$ 42 bilhões).
Além de Barcelona, o evento também tem edições locais em Xangai, em Las Vegas e em Kigali, na Ruanda.
O repórter viaja a convite da Honor