Por que desta vez o mercado reagiu bem ao pacote de isenção do IR?

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Com a desaceleração da economia global e, principalmente da americana, os investidores voltaram-se para os emergentes. A guerra comercial provocada pelo novo presidente dos Estados Unidos também faz o capital internacional procurar mercados menos atingidos por essas medidas.

Por isso, em fevereiro, a Bolsa registrou R$ 1,87 bilhão em entrada de capital vindo do exterior. Foi o terceiro mês seguido de fluxo de investimento estrangeiro positivo. O saldo do acumulado do ano subiu para R$ 8,7 bilhões positivos. "Hoje, com sinais mais claros de que o Federal Reserve, o banco central dos EUA, pode reduzir juros ainda este ano, o real se fortalece e o apetite por risco melhora. Isso explica, em parte, a queda do dólar e a alta da Bolsa", diz Daniela.

E a situação fiscal?

A preocupação com a situação fiscal não sumiu. "O mercado continua de olho nos gastos do governo porque eles podem gerar inflação e isso é muito prejudicial para os investimentos", diz Moliterno. Mas essa agonia está mais leve, diz Galhardo. "Dados fiscais positivos acalmaram os investidores", diz ele.

Um deles foi o superávit do governo federal de R$ 84.882 bilhões em janeiro. Os gastos do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central foram menores que a arrecadação e por isso houve esse saldo positivo.

Além disso, o mercado está bem mais favorável agora à isenção do IR. "Como essa ideia se tornou bastante popular, pois isenta uma boa parte da população do IR, ninguém, nem o mercado, foi capaz de ficar todo o período contra. Era algo que foi promessa de campanha do presidente Lula e que, desde o ano passado, o mercado já aguardava que em algum momento esse projeto pudesse ser anunciado, por isso a reação mais branda do mercado no dia de ontem", explica Elson Gusmão, diretor de operações da Ourominas, empresa de ouro e câmbio.

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