Três astronautas e um cosmonauta foram levados a uma unidade médica por precaução nesta sexta-feira (25) depois de retornarem à Terra de uma missão de quase oito meses na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
Os três astronautas da Nasa, Matthew Dominick, Michael Barratt e Jeanette Epps, e o cosmonauta russo Alexander Grebenkin "foram levados a uma unidade médica local para avaliação adicional", afirmou a agência espacial americana em um comunicado após descerem na costa da Flórida em uma espaçonave Crew Dragon, da SpaceX.
Ao deixarem a cápsula, eles passaram por uma avaliação médica padrão, segundo a Nasa. Porém, "por uma questão de precaução, todos os membros da tripulação foram levados juntos à unidade" para avaliações adicionais.
A Nasa, que geralmente é discreta sobre questões médicas de astronautas, recusou-se a revelar o que motivou a sua decisão e a condição da tripulação. A agência espacial russa, a Roscosmos, tampouco se manifestou sobre o quadro de Grebenkin.
Com 235 dias, a estadia dos astronautas da Crew-8 a bordo da ISS, um laboratório do tamanho de um campo de futebol, foi mais longa do que as missões típicas de seis meses dos astronautas na estação. Também marcou a missão mais longa até agora para a Crew Dragon, da SpaceX, que estreou em 2020.
Ao todo, a SpaceX já voou 44 vezes para a ISS. A empresa de Elon Musk continua sendo a única opção dos Estados Unidos para viagens de astronautas para a ISS. O plano para tornar a Starliner, da Boeing, uma segunda opção tem avançado lentamente devido a uma série de obstáculos no desenvolvimento da cápsula.
O retorno da tripulação foi adiado por semanas devido a dois furacões que passaram pelo sudeste americano, perto das zonas de pouso esperadas da Crew Dragon.
Mas, na última quarta (23) à tarde, a espaçonave se desacoplou com segurança da ISS. Ela reentrou na atmosfera da Terra na madrugada desta sexta-feira (25) e abriu seus paraquedas antes de cair no Golfo do México.
Em uma entrevista coletiva pós-pouso, um representante da Nasa disse que "a tripulação está ótima" e não mencionou nenhum problema com os astronautas, mas citou problemas com o lançamento dos paraquedas.
Richard Jones, gerente adjunto do Programa de Tripulação Comercial da agência, disse que o conjunto inicial de paraquedas de frenagem sofreu impactos de detritos e que 1 dos 4 paraquedas de um conjunto subsequente demorou mais do que o esperado para se desdobrar.
Nenhum desses imprevistos, porém, afetou a segurança da tripulação, de acordo com Jones. A espaçonave usada nessa missão estava em seu quinto voo, totalizando 702 dias em órbita desde sua primeira missão.