A primeira-dama da República, a socióloga Rosângela Lula da Silva, a Janja, já não é tão popular quanto no início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de acordo com dados de uma pesquisa da Quaest realizada no início de dezembro e cujos resultados foram divulgados nesta semana.
Segundo o levantamento, financiado pela corretora Genial Investimentos, a avaliação positiva de Janja despencou 19 pontos percentuais desde o início do terceiro mandato de Lula. Em fevereiro de 2023, o percentual dos que a aprovavam era de 41%, recuou para 28% em dezembro do ano passado e agora está em apenas 22%.
Já a taxa de reprovação a Janja, que era de 19% em fevereiro de 2023, passou para 26% em dezembro do ano passado e hoje é de 28%. De acordo com a pesquisa, a avaliação regular sobre a primeira-dama era de 22%, depois 32% e agora chega a 30%.
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O levantamento da Quaest mostra ainda que a avaliação positiva de Janja caiu em todas as regiões do país. No Nordeste, tradicional reduto eleitoral de Lula, o tombo foi de 27 pontos percentuais – de 56%, em fevereiro de 2023, para 29%.
Entre as mulheres, Janja viu sua aprovação recuar de 46% para 24% nesse período. No grupo dos mais jovens, a queda foi de 41% para 18%.
Entre os católicos, a avaliação negativa é de 26%, ante 24% das opiniões positivas e 31% de regular. Para os evangélicos, Janja é reprovada por 34%, aprovada por apenas 18% e considerada regular por 27% dos entrevistados.
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Ainda segundo a pesquisa Genial/Quaest, a avaliação positiva da primeira-dama recuou até mesmo entre os eleitores de Lula – de 66% para 36% entre fevereiro de 2023 e dezembro de 2024. Nesse grupo, o percentual de “regular” é de 33% e apenas 11% reprovam Janja.
A Quaest entrevistou 8.598 pessoas de 16 anos ou mais, de forma presencial, entre os dias 4 e 9 de dezembro. A margem de erro do levantamento é de 1 ponto percentual, para mais ou para menos.
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Alerta no PT
Segundo informações da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, a queda de popularidade de Janja foi recebida sob sinal de aleta no PT e no governo Lula. A preocupação é a de que, caso o cenário econômico se apresente como mais adverso para o presidente, o descontentamento crescente com a primeira-dama atinja também o seu marido.
Ainda de acordo com lideranças petistas, diz a Folha, a perda de apoio popular em relação ao ano passado compromete as ambições de Janja de interferir na comunicação do governo – área sobre a qual ela tenta manter influência.
Petistas ainda não têm conclusões claras sobre os motivos da queda de popularidade da primeira-dama, mas especialistas em comunicação que trabalham com o governo apontam uma “certa arrogância” nas falas de Janja, segundo a Folha. Os gastos em viagens e com assessores, noticiados pela imprensa, também teriam contribuído para a diminuição de sua avaliação positiva.