PM-SP investiga vídeo em que policiais fazem gestos associados ao nazismo e à KKK

há 1 dia 3

Um vídeo divulgado nesta terça-feira (15) pelo 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), de São José do Rio Preto (SP), gerou intensa repercussão nas redes sociais e foi removido após mostrar policiais militares com os braços estendidos, em um gesto semelhante à saudação nazista.

A gravação, publicada no perfil oficial do batalhão, também exibe uma trilha de velas e uma cruz em chamas — símbolos já utilizados por grupos supremacistas, como a Ku Klux Klan nos Estados Unidos. O vídeo se tornou viral, gerando críticas de internautas e levantando questionamentos sobre o significado da cerimônia.

Em nota enviada ao portal G1, integrantes da corporação afirmaram que a intenção era apenas simbolizar a superação de limites físicos e psicológicos enfrentados pelos policiais durante os treinamentos, ressaltando que não houve intenção de associar o ato a ideologias políticas, raciais ou religiosas.

PM abre investigação e Ministério Público acompanha o caso

A Polícia Militar de São Paulo informou ter instaurado um procedimento interno para apurar os fatos. “A PM é uma instituição legalista e repudia toda e qualquer manifestação de intolerância. Não compactua com desvios de conduta e reforça que qualquer manifestação que contrarie seus valores será rigorosamente apurada”, declarou a corporação em nota oficial.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) também está acompanhando o caso. O procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, afirmou que a promotoria local já solicitou explicações ao batalhão. “Caso se comprove algum desvio de conduta, serão tomadas as medidas necessárias para punir os agentes da Polícia Militar”, informou o órgão.

Repercussão política e silêncio do governo estadual

O episódio repercutiu no meio político, especialmente entre os críticos do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Até a publicação desta reportagem, nem o governador nem o secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite, haviam se manifestado publicamente sobre o caso.

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Na noite de terça-feira, Tarcísio participou de uma cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, que contou com a presença da cruz utilizada na primeira missa celebrada no Brasil, há 525 anos, sem fazer menção à controvérsia envolvendo o batalhão da PM.

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