Planeta 9 pode realmente existir, aponta estudo liderado por brasileiro

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A hipótese do Planeta 9 ganhou força nas últimas duas décadas. Seis objetos transnetunianos foram identificados entre 2004 e 2013 graças à evolução de técnicas e tecnologias de observação. Eles são os mais distantes já encontrados no Sistema Solar. Ao analisar a órbita de cada um destes corpos, cientistas descobriram um alinhamento em comum - todas apontam para a mesma direção, como se sentissem os efeitos gravitacionais de um mesmo objeto.

A ideia é que esse planeta forneceria uma força gravitacional forte o suficiente para alinhar esses objetos. Esse tipo de fenômeno ajudou a descobrir outros planetas do Sistema Solar, como Netuno e Urano, porque a influência gravitacional entre planetas, cometas e asteroides é algo que conhecemos bem dentro da física. Por isso, conseguimos fazer previsões bastante refinadas. Rafael Ribeiro de Sousa, pesquisador da Unesp, em anúncio divulgado pela universidade

No entanto, sua órbita seria extremamente longa: 10 mil anos seriam necessários para fazer uma volta ao redor do Sol, estimam os físicos. Por isso, os pesquisadores buscavam mais pontos de referência "brilhantes" vizinhos, capazes de refletir a luz solar e guiar melhor para onde apontar os telescópios na escuridão.

Grupo de cientistas liderado por Sousa conduziu um experimento. Eles criaram uma simulação que monitorava a evolução do comportamento de corpos celestes no Sistema Solar em um período equivalente a 4,5 bilhões de anos. Os resultados mostraram que a existência do Planeta 9 afetaria dois reservatórios de cometas próximos a Plutão: a área expandida do Cinturão de Kuiper e a Nuvem de Oort.

Se o Planeta 9 influencia a órbita dos seis objetos transnetunianos já encontrados, é possível que tenha efeito também sobre os cometas que saem daquela região, acreditam os especialistas. De acordo com o modelo calculado pela equipe de Sousa, um disco de planetesimais - corpos rochosos e gelados remanescentes da formação de asteroides e cometas - teria se dispersado após a órbita de Netuno graças a influências gravitacionais e formado justamente o que conhecemos hoje: o Cinturão de Kuiper e a Nuvem de Oort.

O modelo demonstrou, matematicamente, que o acréscimo de um hipotético Planeta 9 na região resultava na formação das duas estruturas. No entanto, uma segunda nuvem deveria ser criada se houver o Planeta 9, na região expandida do cinturão. Ela estaria alinhada à órbita do planeta e funcionaria como um reservatório adicional de cometas.

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