A Petrobras considera cancelar uma licitação para o afretamento de uma plataforma do tipo FPSO para os campos de Barracuda e Caratinga, já que a proposta da única empresa ofertante, a indiana Shapoorji Pallonji Energy, ficou acima do esperado pela petroleira estatal, disseram duas fontes com conhecimento do assunto à Reuters.
A petroleira iniciou o processo de contratação da plataforma em agosto de 2023, em projeto que integra um plano de revitalização da Bacia de Campos, que vem sofrendo com o declínio da produção dos poços de petróleo.
A companhia brasileira espera contratar um FPSO (sigla em inglês que identifica plataformas flutuantes com capacidade de produzir, armazenar e descarregar petróleo) que tenha capacidade de produzir até 100 mil barris de petróleo por dia (bpd) e processar diariamente até 6 milhões de metros cúbicos de gás.
A Shapoorji Pallonji Energy, que afirma em seu site ser a única empresa indiana de FPSO na lista de grandes empresas globais do setor, não comentou o assunto imediatamente.
Já a Petrobras afirmou que a licitação "segue em andamento", sem fazer mais comentários sobre o processo ou em relação à companhia indiana.
O valor diário de cerca de US$ 1,5 milhão pedido pelo afretamento está sendo considerado alto e acima dos "targets" da petroleira brasileira, segundo as fontes. Outro fator que pesa contra a oferta é o baixo índice de conteúdo nacional da plataforma, o que desagradou a petroleira.
A Petrobras, na gestão da presidente Magda Chambriard, pretende estimular a retomada e a revitalização da indústria naval brasileira. Esta semana, a estatal assinou um protocolo de intenções para viabilizar a reutilização de dez plataformas que seriam desmobilizadas.
Um das fontes disse que uma dessas dez plataformas poderia ser usada em Barracuda e Caratinga. Outra afirmou que a decisão está prestes a ser tomada.