A embreagem é responsável por fazer o "meio de campo" entre o volante do motor e a transmissão, atuando durante as trocas de marcha para igualar a rotação de ambos e conectá-los, de forma a tracionar as rodas.
Com essa missão, é natural que a embreagem sofra desgaste natural e precise ser trocada com o passar do tempo —em média, sua substituição se faz necessária em torno dos 60 mil quilômetros rodados. Mas, por se tratar de um mecanismo sujeito à ação do motorista, esse prazo pode ser encurtado ou estendido, de acordo com os hábitos ao volante.
Um dos maus hábitos que muitos motoristas experientes têm e não percebem é manter o pé apoiado no pedal esquerdo durante paradas no trânsito, na intenção de agilizar o próximo engate para seguir rodando.
Por mais que a força exercida sobre o pedal não seja grande, a embreagem tende a ter a vida útil reduzida.
Deixar o pé a meia carga sobre o pedal faz com que a embreagem fique em um ponto no qual não está nem acoplada, nem desacoplada. Ela superaquece nessa condição, o que aumenta o desgaste.
2 - Segurar o carro na embreagem em subidas
Arrancar com o carro em subidas costuma ser um desafio em veículos com transmissão manual, especialmente para quem está começando a dirigir. Nem todos têm a habilidade de tirar o pé do freio e rapidamente sincronizar os pedais da embreagem e do acelerador, sem deixar o motor "morrer" nem permitir que o veículo se movimente para trás.
É verdade que automóveis mais recentes e dotados de controle de estabilidade facilitam a vida, mantendo os freios acionados por alguns instantes após o condutor tirar o pé do pedal. O mesmo vale para carros equipados com freio de estacionamento eletrônico e a função "auto hold", que destrava as rodas apenas quando o motorista volta a acelerar.
Entretanto, especialmente em veículos que não contam com esses auxílios eletrônicos, a solução que muitos motoristas adotam é "segurar" o carro apenas nos giros do motor, dosando os pedais do acelerador e da embreagem.
Nem todos possuem essa coordenação, mas o que seria uma demonstração de habilidade, de fato, causa superaquecimento da embreagem e abrevia sua vida útil.
Uma alternativa nesses casos é usar o freio de mão para evitar que o carro ande para trás na hora da arrancada.
3 - Acelerar e frear bruscamente
Alguns motoristas costumam dirigir freando e acelerando de forma brusca. Esse é um péssimo hábito para a saúde do seu automóvel: a prática, se for recorrente, contribui para o desgaste do motor e também dos freios, da suspensão e até dos pneus.
Sem contar que atrasar a frenagem e acelerar sem necessidade eleva e muito o consumo de combustível.
O centro de pesquisas automotivas Cesvi Brasil recomenda que o condutor acelere e freie de maneira mais suave para que todos os itens citados tenham maior durabilidade. Isso inclui trocar as marchas na faixa de rotação ideal, sem forçar o motor.
A dica de ouro é sempre se antecipar ao trânsito: se o tráfego logo à frente estiver parado, deixe de acelerar e já comece a brecar, de forma progressiva.
4 - Andar 'colado' no veículo da frente
Trata-se de outro exemplo de confiança exagerada nos próprios reflexos.
Seja por pressa ou simplesmente por falta de paciência, tem motorista que não se contenta em acelerar e frear de forma brusca, como também anda muito perto do veículo que transita logo à frente.
O hábito expõe o motorista a um risco maior de colisão, na hipótese do outro carro precisar frear de repente.
Vale lembrar que, quanto maior for a velocidade, mais espaço será necessário para brecar com segurança. Assim, "colar" na traseira de um veículo mais lento em rodovias, para forçar a passagem, definitivamente não é uma boa ideia.
A recomendação é óbvia: mantenha distância razoável do carro que trafega na sua frente, ainda mais em trechos rodoviários, cujo limite de velocidade é mais alto.
5 - Desrespeitar o limite de velocidade
Esse é o exemplo mais óbvio do vacilo de motoristas que confiam demais na própria habilidade.
A implantação de limites de velocidade é necessária para disciplinar o trânsito por uma razão simples: segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) e estudos de instituições de segurança viária, dirigir rápido demais é uma das principais causas de acidentes com morte em vias públicas.
No entanto, essa realidade é ignorada por milhares de motoristas, que abusam da sorte e colocam outras pessoas em risco ao confundirem ruas, avenidas e rodovias com pistas de corrida.
Quanto mais rápido o veículo estiver, maiores serão os danos em uma eventual batida e menor será a possibilidade de se evitar uma colisão.
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