A avaliação é que, enquanto no Brasil as montadoras terão mais tempo para se preparar à competição com a Europa, o acordo vai facilitar o acesso dos europeus aos fornecedores de peças brasileiros.
Esta foi a leitura feita pelo presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, durante a apresentação à imprensa do último balanço de resultados do setor. “Estamos falando de um acordo que foi anunciado, mas não foi assinado. Temos que entender os detalhes, mas ele sinaliza para um ganha-ganha”, comentou.
Pelo acordo, o comércio de automóveis totalmente sem tarifas de importação só vai acontecer após 30 anos de o tratado entrar em vigor, com exceção dos automóveis eletrificados, para os quais a retirada de tarifas será mais rápida, em 18 anos.
Nos seis primeiros anos, a indústria seguirá com a proteção atual: 35% do imposto de importação.
Conforme Leite, as matrizes da União Europeia muitas vezes deixam de comprar hoje de fornecedores brasileiros porque existe um imposto de importação. Por sua vez, emendou, o Brasil terá uma adaptação mais longa no processo de abertura comercial. “Isso vai nos ajudar pelos próximos anos, talvez pelos próximos 20 anos ou até mais”, afirmou.
Ele lembrou que o impacto do acordo só acontecerá a partir do sétimo ano, de modo que haverá um processo mais lento de adaptação. “É um acordo positivo, temos motivo para celebrar, mas não com impacto a curto prazo”, afirmou o presidente da Anfavea.