A reforma tributária salgou o bacalhau da Páscoa, comprometendo uma tradição entre católicos que mobiliza as importações do pescado no período que antecede a celebração religiosa.
Os importadores e distribuidores do bacalhau ainda tentam convencer o Senado, onde tramita a proposta de regulamentação da reforma, a mudar essa situação.
A CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) não quis se manifestar.
Do total de 11.238 toneladas do peixe importados entre janeiro e agosto deste ano, 74,4% foram parar em lojas e distribuidores entre janeiro e março. No ano passado, o padrão foi semelhante (72,8%).
Após a Páscoa, data em que o peixe é bastante consumido pelas famílias que seguem a tradição cristã, o volume de importação sofre queda, com recuperação, conforme os dados de 2023, no fim do ano, quando o peixe também é bastante consumido nas festas de fim de ano.
O texto de regulamentação, aprovado pela Câmara dos Deputados no início de julho, deixou o bacalhau fora da lista de itens que terão tributação reduzida —caso das carnes bovinas (isentas), que têm volume maior de importação e consumo e que terão desconto de 60% na alíquota.
Com Diego Felix