Painel S.A.: Sanção de Lula atrai Noruega para captura de carbono no Brasil

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A sanção da lei do combustível do futuro pelo presidente Lula (PT) nesta terça-feira (8) atrai as atenções dos noruegueses devido ao trecho que trata de captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês). Esse tipo de tecnologia é a principal aposta daquele país no debate da transição energética.

O texto da lei brasileira abre caminho para ao CCS ao estabelecer que empresas ou consórcios com sede no país poderão requerer a autorização para a atividade. O aval ficará a cargo da ANP (Agência Nacional de Petróleo).

Apesar de haver ceticismo com o CCS em todo o mundo, os esforços da Noruega são considerados exceção e inclusive são elogiados pela Agência Internacional de Energia. O país financia o projeto Northern Lights, uma parceria entre a estatal Equinor e de outras duas petroleiras –Shell e Total– para transportar CO2 dos locais de captura para um reservatório permanente no mar, a 2.600 metros de profundidade.

"A boa cooperação entre os brasileiros e a Noruega contribuirá para que empresas norueguesas venham ao Brasil e invistam em novas tecnologias", diz Terje Aasland, ministro de Petróleo e Energia da Noruega, ao Painel S.A.

A Noruega investe em captura de carbono enquanto busca continuar explorando petróleo, com um comportamento considerado modelo pelo governo brasileiro —de continuidade da arrecadação com o setor de óleo e gás por um lado e de investimentos na transição energética por outro.

"O mundo precisa de petróleo e gás", diz Aasland. "Vimos claramente durante a guerra na Ucrânia, quando os russos interromperam a exportação de gás para o mercado europeu e tivemos muitos problemas na Europa. Temos que garantir, primeiramente, a segurança energética e o acesso à energia", disse.

Internamente, o país europeu tem uma matriz energética limpa –inclusive nos transportes, sendo o primeiro com uma frota majoritariamente elétrica. Aasland não vê um momento para o país parar sua produção de petróleo. Mas diz que a partir de 2030 os números vão começar a declinar devido ao esgotamento das principais reservas norueguesas existentes e que, ao mesmo tempo, a indústria petroleira terá que se adequar às metas de corte de emissão.

"Meu governo é muito claro, queremos desenvolver o setor de petróleo e gás mas também queremos ter metas claras para o setor. Eles têm que reduzir as emissões em 50% até 2030 e chegar ao zero líquido após 2050", afirma.

Fábio Pupo (interino) e Diego Felix.

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