O Ministério Público de São Paulo defende na Justiça que a Hypera Pharma (antiga Hypermarcas) seja condenada a pagar ao menos R$ 100 milhões ao governo de São Paulo por um suposto esquema criminoso que, com base em prescrições médicas falsas, aumentou os gastos públicos com medicamentos.
O processo ainda não foi julgado. De acordo com investigações policiais realizadas em 2008, o laboratório Mantecorp, comprado pela Hypera Pharma dois anos depois, participou de um conluio por meio do qual foram abertas diversas ações judiciais exigindo o fornecimento do medicamento Infliximabe (Remicade) para tratamento de psoríase. As prescrições, no entanto, seriam fraudulentas.
"O fato acarretou grande prejuízo ao Estado", afirmou o promotor José Carlos Blat no processo.
A Hypera Pharma se defendeu na ação, afirmando ser uma empresa séria e idônea e que não participava da administração da Mantecorp na época dos fatos.
Disse ainda ser "fantasiosa" a ideia de que a Mantecorp, por meio de seus representantes comerciais, poderia influenciar a decisão de um médico, "forçando-o a adotar esse ou aquele medicamento com base em supostos benefícios financeiros".
Citando o juramento de Hipócrates, disse que, se o médico adota determinado medicamento no tratamento de seus pacientes, é porque "está convencido de sua eficácia e de que aquele é o melhor caminho para a cura". Eventuais desvios, disse, seriam de responsabilidade de quem os cometeu, e não da empresa.
Consultada, a Hypera não quis comentar.
Com Diego Felix