O conselho diretor do Fundo da Marinha Mercante (FMM) analisará nesta quinta (12) 24 projetos que somam mais de R$ 11 bilhões. É o maior volume de recursos previstos em investimentos para o setor nos últimos dez anos.
Defendida pelo presidente Lula, a indústria naval está retomando força no país com o maior volume de financiamentos públicos demandados desde 2014, quando começaram demissões em estaleiros navais e se iniciou uma crise em grandes empresas do setor decorrentes da operação Lava Jato.
A sessão será presidida pelo secretário Nacional de Hidrovias e Navegação, Dino Antunes, do Ministério de Portos e Aeroportos, para quem o setor está vislumbrando um forte movimento de retomada, com expansão da construção naval.
As principais solicitações de recursos são para embarcações da área de petróleo e gás, com a produção de novas embarcações de grande porte.
É um momento de muita atenção para o setor, que ainda se recupera da crise iniciada há dez anos. Foi naquela época que a OSX, de Eike Batista, entrou em recuperação judicial, com um endividamento superior a R$ 4,5 bilhões. O processo de reestruturação das dívidas da empresa durou sete anos.
No início deste ano, porém, a companhia voltou a entrar com pedido de recuperação judicial, que foi aceito pela 3ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Desta vez, as dívidas da empresa somam aproximadamente R$ 7,9 bilhões.
Outra companhia que também naufraga desde aqueles tempos é a Sete Brasil, que pediu falência à Justiça em fevereiro deste ano e tinha negócios em aberto com a Petrobras.
Nesta semana, a presidente da estatal, Magda Chambriard, disse que a petroleira está comprometida em impulsionar a indústria naval brasileira e afirmou que o Brasil aprendeu com os "erros do passado".
"Tem que calibrar o que somos capazes de fazer e não dar passos além das nossas próprias pernas", disse Chambriard.
Em agosto, o governo Lula anunciou uma MP (medida provisória) com a previsão de renúncia fiscal de até R$ 1,6 bilhão para incentivar a construção de navios de petróleo.
Com Stéfanie Rigamonti