Painel S.A.: Herdeiras da Sada doam R$ 155 milhões para candidato do pai

há 4 meses 14

Herdeiras e executivas do grupo Sada, conglomerado de logística conhecido por seu braço de transporte de veículos, Daniela e Marina Medioli doaram R$ 880 mil para campanhas políticas em Minas Gerais e Heron Guimarães (União), candidato à prefeitura de Betim (MG) recebeu a maior fatia —R$ 155 mil.

A cidade mineira é onde fica a sede da companhia e vem sendo administrada por Vittorio Medioli (PL), fundador da Sada e pai de Daniela e Marina.

Heron Guimarães é o candidato do atual prefeito e foi diretor-executivo da Sempre Editora, companhia que pertence ao grupo e controla jornais, sites e rádio em Minas Gerais.

Até o início do ano, ele atuava como secretário de gabinete de Vittorio na prefeitura.

De acordo com a legislação eleitoral, as empresas não podem realizar doações para campanhas. Daniela e Marina são vice-presidentes do grupo.

Com doações de R$ 480 mil, Daniela se tornou a oitava maior doadora das eleições em todo o país, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Ela repassou R$ 30 mil para Guimarães e dividiu o restante em doações iguais de R$ 75 mil ao Avante, Cidadania, Solidariedade, PP, PL e União.

A irmã Marina doou R$ 400 mil, sendo R$ 125 mil ao candidato do pai, R$ 75 mil aos diretórios do PSB, PDT, Democracia Cristã e R$ 50 mil ao Novo.

"As doações foram feitas de forma transparente e seguem estritamente a legislação eleitoral, em conformidade com as normas vigentes", disseram as executivas em nota, via assessoria da Sada.

O Painel S.A. questionou se as doações foram feitas a pedido do atual prefeito, mas não obteve resposta.

Antecedentes

Fundada em 1976 por Vittorio, a Sada se consolidou no setor de transporte e logística e expandiu os negócios, que hoje contam com mais de 30 empresas em diversos segmentos.

Como mostrou o Painel S.A., a empresa é investigada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) junto com outras transportadoras e sindicatos pela suposta formação de cartel no traslado de veículos das montadoras por meio de cegonheiros.

O caso já foi investigado pela Polícia Federal, que apreendeu mais de 15 milhões de documentos durante a operação Pacto, em 2019.

À coluna, o grupo Sada afirmou que atua de forma ética, respeita o mercado e não compactua com práticas ilegais.

De acordo com as investigações, o esquema dividiu o mercado entre sete transportadoras, sendo duas da Sada.

Os participantes teriam combinado preços e impedido a entrada de novos concorrentes, causando um sobrepreço de até 40% nos veículos para os consumidores.

Com Diego Felix

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