Painel S.A.: Gaviões da Fiel propõe quitar dívida do Corinthians com Caixa em três meses

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A Caixa Econômica Federal aceitou a proposta da Gaviões da Fiel, que pretende fazer com que cada torcedor do Corinthians doe R$ 20 para um fundo de investimento que será criado pelo banco para quitar a dívida remanescente de R$ 710 milhões pela construção do estádio, o Itaquerão.

O valor representa, em média, um terço do preço do ingresso de uma partida do Corinthians —time do presidente Lula. Segundo executivos do banco, a Fiel pretende fazer com que ao menos 10 milhões dos 35 milhões de torcedores colaborarem mensalmente. Seriam R$ 200 milhões levantados por mês. Ou seja, em três meses, a dívida estaria paga.

No entanto, como não é possível garantir a fidelidade do torcedor no pagamento mensal, o fundo terá finalidade específica e será extinto assim que o valor arrecadado for suficiente para quitar a pendência.

Um protocolo de intenções foi assinado pela torcida, o clube e a Caixa na semana passada.

Fazendo contas

Executivos do banco se surpreenderam com a mobilização da torcida organizada, que negociou diretamente com o presidente da Caixa, Carlos Vieira Fernandes.

A Fiel conseguiu a reunião por meio de uma ex-diretora da Caixa aposentada —e corintiana— que fez a ponte e organizou o encontro.

Construída pela Odebrecht, a arena foi inaugurada há uma década e parte da obra foi financiada pela Caixa, que, na época, liberou R$ 400 milhões. Com os atrasos no pagamento, essa dívida cresceu como bola de neve devido a juros. Pelo contrato, o clube tem até 2041 para pagar a dívida.

A Caixa viu na negociação uma chance de angariar clientes e avalia, se tudo correr como o acordado, usar a oportunidade para atrair os corintianos como clientes.

Uma das ideias é o lançamento de um cartão de crédito voltado para eles e empréstimos, desde que tenham contas abertas na Caixa.

Recentemente, o Flamengo tentou uma iniciativa similar e os resultados foram negativos para o BRB. O banco, sediado em Brasília (DF), amargou prejuízos.

A Caixa, no entanto, não quer repetir o exemplo e dar a ideia de que a oferta aos torcedores é um presente.

Com Diego Felix

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