De olho no desenrolar das discussões no governo Lula sobre o retorno do horário de verão, a FecomercioSP afirma ser favorável ao adiantamento dos relógios no país, mas avalia que o ideal é dar "previsibilidade" para que todos os setores possam se planejar com antecedência.
Em nota, a federação disse que o horário de verão trará impactos positivos para os setores do comércio, serviços e turismo, já que possibilita a ampliação do período de funcionamento dos estabelecimentos, permitindo maior circulação de consumidores e redução de custos com energia elétrica.
No caso de regiões turísticas, a medida pode impulsionar a presença de mais visitantes e impactar toda a dinâmica econômica ao redor, como a venda de mais produtos e consumo de serviços, por exemplo.
"Esse funcionamento ampliado não aumentaria os custos fixos do negócio. Ao contrário, com mais luz natural ao longo do dia, a tendência é justamente que os gastos com eletricidade diminuam", diz a federação.
O pedido ao governo, no entanto, leva em consideração o período de aplicação do horário de verão. Para a entidade, a previsibilidade é um fator de "extrema importância para as empresas", e decisões deste tipo devem considerar um prazo para ajuste operacional.
"Isso acontece porque uma série de segmentos, especialmente no turismo, precisam se adaptar aos novos horários com um tempo minimamente razoável. É o caso das companhias aéreas, por exemplo, que já têm voos programados para os próximos meses cujo cronograma foi elaborado a partir do horário atual", diz a FecomercioSP em nota.
Martelo será batido na próxima semana
Como mostrou o Painel S.A., o governo Lula (PT) quer decidir até a semana que vem se retoma ou não o horário de verão. A medida está em análise para tentar reduzir a demanda do sistema elétrico em meio à seca nos reservatórios.
Além de aumentar a segurança do sistema, o MME (Ministério de Minas e Energia) defende a medida como forma de evitar o uso ainda mais intensivo de usinas térmicas, que produzem energia mais cara e poderiam impulsionar as tarifas cobradas dos consumidores.
Alguns setores, como o aéreo, reclamaram que precisariam de pelo menos 180 dias para adaptar suas atividades, uma vez que os voos já estão sendo comercializados seguindo horários e conexões definidos no início do ano.
Idiana Tomazelli (interino) com Diego Felix