O Departamento de Estado dos EUA, representantes de países da tríplice fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai) e entidades privadas cogitam criar parcerias público-privadas (PPPs) contra crimes financeiros.
A ideia é fechar um plano de cooperação e compartilhamento de informações para produção de Relatórios de Atividades Suspeitas (SARs)/Relatórios de Transações Suspeitas (STRs) mais precisos para as autoridades policiais.
A região da tríplice fronteira é uma das principais preocupações da política de antiterrorismo dos EUA na América do Sul.
No fim de 2023, na operação Trapiche, a Polícia Federal prendeu três homens suspeitos de integrar o Hezbollah, grupo político armado em conflito com Israel.
A investigação apontava para a elaboração de um plano de ataque contra alvos judaicos no Brasil.
A ideia é aumentar o controle antifraudes sobre operações financeiras na região. Desde 2020, quando o Banco Central implementou uma circular que obriga as instituições financeiras a adotar medidas mais rígidas de controle de risco, especialmente contra crimes que envolvam terrorismo e ameaça de armas de destruição em massa.
A entidade privada que coordena o movimento é a Associação Brasileira de Câmbio (Abracam).
"As PPPs podem resultar numa comunicação de suspeitas do setor privado às autoridades públicas de forma mais eficiente, resultando numa melhor informação para investigações e na recuperação de ativos", afirma Kelly Massaro, presidente da associação.
A Abracam criou um selo de conformidade para instituições autorizadas a operar em câmbio.
Também integram o projeto a organização britânica especializada em prevenção de crimes financeiros GovRisk, a consultoria global K2 Integrity e a American Bar Association (Ordem dos Advogados dos EUA).
Além de representantes do governo americano, integrantes da Polícia Federal, do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), representantes de entidades de fiscalização de operações financeiras da Argentina e Paraguai também integram a ação.
A ideia é que nos próximos meses seja elaborado um plano conjunto que considere as legislações locais e as assimetrias regulatórias dos países para avançar nos mecanismos de fiscalização de empresas que operam câmbio.
Com Diego Felix